• Ambiente

    Monday, 29-Apr-2024 00:58:16 -03

    Método transforma garrafas de plástico em combustível

    RICARDO BONALUME NETO
    DE SÃO PAULO

    22/06/2016 01h59

    Plásticos são fundamentais no dia a dia de uma sociedade moderna. Mas na forma de embalagens, sacolas e garrafas descartáveis, o material se tornou uma das piores pragas para o ambiente

    Agora, um novo processo químico capaz de converter esse material em combustíveis líquidos e ceras úteis promete resolver parte do problema –infelizmente, algo ainda só capaz de uso disseminado a longo prazo.

    De toda forma, a técnica abre caminho para dar um melhor fim a milhões de toneladas de plástico produzidos anualmente.

    O artigo –liderado por Xiangqing Jia, do Instituto de Química Orgânica de Xangai, da Academia Chinesa de Ciências– que descreve a descoberta está publicado na revista científica americana "Science Advances".

    "Poliolefinas, principalmente polietileno de alta densidade (HDPE), polietileno de baixa densidade (LDPE), polietileno linear de baixa densidade (LLDPE), e polipropileno (PP), constituem mais do que 60% do conteúdo total de plásticos de resíduos sólidos urbanos", dizem os autores.

    Divulgação
    Ponto de reciclagem de garrafas PET
    Ponto de reciclagem de garrafas PET

    Como é possível entender por esta citação algo exotérica, os plásticos envolvidos e o processo para degradá-los é altamente especializado, embora seja relativamente simples em termos de reações químicas.

    O essencial da técnica é uma reação química conhecida como "metátese", na qual dois reagentes geram dois produtos.

    A técnica de Jia e colegas foi abreviada como "CAM" e mistura compostos encontrados em plásticos, resultando na quebra de polietileno. Foram usados reagentes de baixo custo, como éter de petróleo, para impulsionar o processo da CAM. E o resultado demonstrou a possibilidade de conversão dos plásticos em combustíveis líquidos e ceras.

    E tem uma grande vantagem: a técnica dispensa altas temperaturas, cujo uso tende a criar processos de reciclagem pouco sensatos em termos de uso de energia e de custo. Processos assim foram usados recentemente para quebrar o polietileno, mas sofreram com baixa eficiência de energia e falta de controle do produto, o que geralmente resulta em rejeitas indesejados como o gás metano.

    "Com alta eficiência, condições de reação suaves e controle fino de produtos de degradação, este método apresenta vantagens distintas sobre processos tradicionais", concluem os autores.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024