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    Desmatamento cresce 24% na Amazônia

    PHILLIPPE WATANABE
    DE SÃO PAULO

    06/10/2016 20h10

    Alberto César Araújo/Folhapress
    O Ministério do Meio Ambiente realizou, nos dias 5 e 6 de outubro, seminário sobre desmatamento
    O Ministério do Meio Ambiente realizou, nos dias 5 e 6 de outubro, seminário sobre desmatamento

    A taxa anual de desmatamento na Amazônia voltou a crescer. Em comparação aos números de 2014, houve um aumento de 24% no desmatamento da floresta. Os dados foram divulgados na semana passada pelo Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).

    Foram derrubados 6.207 km² de mata entre agosto de 2014 e julho de 2015. É a maior taxa desde 2011, quando foi registrada a destruição de 6.418 km².
    O desmatamento documentado é equivalente a aproximadamente quatro parques Ibirapuera.

    Em termos comparativos, o aumento de 24% representa o segundo maior desde o começo dos anos 2000. O ano de 2013 permanece o campeão, com 29% de crescimento no desmatamento em relação ao ano anterior.

    O dado isolado, contudo, não deve ser necessariamente o foco das preocupações em relação ao desmatamento, diz Thelma Krug, diretora do DPCD (Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente).

    Para ela, preocupa o fato de desde 2011 haver uma espécie de estagnação na queda do desmatamento total. O contraste é grande em relação ao ano de 2009, por exemplo, quando houve uma redução expressiva de 42% no desmate.

    MENOS MATO - Desmatamento em km²

    O momento do país é um dos fatores destacados por Thelma para o aumento nas taxas. Fragilidades políticas e econômicas dificultaram a fiscalização e intensificaram os quadros de desmatamento. "Temos que entender que a responsabilização é de todos os entes: federal, estadual e municipal", afirma.

    As terras privadas (propriedades rurais) foram as mais desmatadas em 2015. Elas são responsáveis por 36% de toda a devastação documentada. Em seguida, mais duas áreas geram preocupação: as glebas, terras públicas; e os assentamentos. Segundo o Código Florestal, uma propriedade na Amazônia Legal deve ter 80% de mata nativa preservada.

    Além de intensificar a vigilância, a diretora do DPCD diz que está a caminho um novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. O programa foi lançado em 2004 e, ao se considerar o quadro geral, desde então, as taxas de desmatamento têm caído. A ideia agora é diminuir a devastação a partir de incentivos econômicos.

    O Ministério realizou, nos dias 5 e 6 de outubro, um seminário para debater a situação atual do desmatamento na Amazônia.

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