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    Conferência do clima em Marrakech

    Fernando de Noronha vira laboratório de negócios de carbono zero

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    07/11/2016 02h00

    Ana Keli Calleari/Fotoli
    Tartaruga-marinha no mar de Fernando de Noronha
    Tartaruga-marinha no mar de Fernando de Noronha

    Os governos de Pernambuco e da Califórnia querem transformar a ilha de Fernando de Noronha (PE) em um tipo de laboratório para desenvolver modelos de gestão sustentável, novos negócios colaborativos e com baixa emissão de carbono.

    Os experimentos do "Noronha Future City" vão começar pela mobilidade. No início de dezembro, os dois governos vão reunir na ilha empresas nacionais e estrangeiras, a maioria pernambucanas e californianas, de carros elétricos, energia solar e de aplicativos, além de um grande banco para financiar a aquisição dos automóveis.

    O primeiro projeto é oferecer em Noronha carros elétricos carregados com energia solar que poderão ser acessados por aplicativos. A ideia também é estimular o compartilhamento dos veículos.

    O secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, diz que os carros estarão ligados a uma rede de serviços. O app mostrará onde há vagas de estacionamento, postos de combustível e carros disponíveis.

    Para isso, a precária internet da ilha será melhorada nos próximos três meses, de acordo com o secretário. A expectativa é que o projeto de mobilidade comece a funcionar no primeiro semestre de 2017. Testes devem acontecer em março, diz a Secretaria de Meio Ambiente.

    "Avançamos no sentido de criar em Noronha um laboratório não só para pesquisa, mas da vida real. A ideia é imediatamente formular em Noronha, ampliar para Recife e levar para outros locais", diz Xavier. Ele diz que já há interesse da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para reproduzir experiências que derem certo em outros lugares do mundo.

    O secretário diz não haver recursos públicos no projeto. Eles atuam na prospecção de empresas para desenvolver produtos e serviços alinhados à economia de baixo carbono. Algumas possibilidades são: água, reciclagem, arquitetura verde, energia renovável e novas ferramentas de gestão pública.

    A parceria entre os governos de Pernambuco e da Califórnia faz parte do Global Leadership Memorandum of Understanting, um memorando que foi assinado em 2015 não apenas pelos governadores brasileiro e americano, mas por cerca de 170 governos subnacionais.

    O "Noronha FutureCity" será apresentado em Marrakech, no Marrocos, na programação paralela à Convenção do Clima da ONU, a COP 22, na próxima semana.

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