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    COP da biodiversidade convidará agricultura para proteger ecossistema

    DA AFP

    02/12/2016 14h38

    Jon Hrusa/Epa
    Lavoura em Moçambique
    Lavoura em Moçambique

    A 13ª conferência da ONU sobre biodiversidade começou nesta sexta-feira (2) em meio ao pessimismo e com pouco tempo para alcançar suas metas urgentes, enquanto o México, o anfitrião, propõe promover uma mudança de rumo ao convidar setores como o turismo e a agricultura.

    "Diante dos relatórios pouco animadores", se pedirá que os tomadores de decisões das mais de 190 nações que formam o Convênio sobre a Diversidade Biológica (CDB) "intensifiquem seus esforços" para proteger os ecossistemas, "nos quais se baseiam a segurança alimentar, o acesso à água e a saúde de bilhões de pessoas", indica um comunicado divulgado pela ONU.

    Durante as reuniões, que serão realizadas no balneário de Cancún até 17 de dezembro, serão avaliados estudos que demonstram que cerca de dois terços das metas estabelecidas em 2010 –chamadas de metas de Aichi– não serão alcançadas no prazo estimado de 2020.

    Isso "terá graves repercussões para o bem-estar humano", acrescenta a parte.

    A quatro anos do vencimento do prazo para melhorar as condições das florestas, dos oceanos, da água doce e das espécies silvestres, apenas 5% dos países poderão cumprir com os objetivos, informou a ONG ambientalista World Wildlife Fund (WWF).

    Em 2020 "é possível que o mundo tenha sido testemunha de uma diminuição de dois terços na população da fauna mundial em apenas meio século", segundo a WWF.

    Sir Robert Watson, presidente da plataforma intergovernamental científico-política, afirmou que a contínua perda de biodiversidade minará a capacidade de mitigar a pobreza e melhorar a saúde humana.

    HUMANIZAR A BIODIVERSIDADE

    E agora, "o que nos fará crer que podemos acelerar o passo e alcançar as metas de Aichi? Porque o enfoque habitual das empresas não nos levará a isso", disse à AFP Deon Nel, diretor global de conservação na WWF.

    Diante deste panorama, o México –como anfitrião– levará à mesa líderes dos setores agrícola, florestal, pesqueiro e turístico, que têm um impacto negativo sobre a biodiversidade, para que incorporem em suas políticas critérios de conservação e uso sustentável das espécies e recursos.

    "Estamos humanizando a biodiversidade, não apenas é bonita e exótica e intocável, mas temos que geri-la de maneira responsável", comentou o biólogo Hesiquio Benítez, da Comissão Nacional mexicana para o Conhecimento e Uso da Biodiversidade.

    Se isso funcionar, nas próximas reuniões serão convidados representantes de outros setores, como o energético, minerador e de transporte.

    Mas para Nel isso não será suficiente.

    A inclusão da biodiversidade "deve partir do coração dos planos econômicos e financeiros (...) em um nível mais fundamental", para posteriormente ir até os setores mais específicos, explicou.

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