• Ambiente

    Monday, 29-Apr-2024 08:09:23 -03

    Ártico tem ano recorde de calor e derretimento maciço de gelo

    DA AFP

    14/12/2016 08h00

    NASA/Reuters
    Pesquisadores americanos examinam gelo ártico, em Barrow, no Alaska (EUA)
    Pesquisadores americanos examinam gelo ártico, em Barrow, no Alaska (EUA)

    O Ártico quebrou recordes de calor no ano passado, quando um ar excepcionalmente quente provocou o derretimento maciço de gelo e de neve e um congelamento tardio no outono - disseram cientistas do governo americano nesta terça-feira (13).

    A avaliação foi publicada no "Arctic Report Card 2016", um relatório revisado por pares de 61 cientistas de todo o mundo, emitido pela Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

    O relatório abrange o período de outubro de 2015 a setembro de 2016, quando "a temperatura média anual do ar no Ártico sobre a superfície terrestre foi a mais alta do registro observacional".

    "Raramente vimos o Ártico mostrar um sinal mais claro, mais forte, ou mais pronunciado, de aquecimento persistente e seus efeitos em cascata sobre o meio ambiente do que neste ano", afirmou o diretor do Programa de Pesquisa do Ártico da NOAA, Jeremy Mathis.

    A região ártica continua se aquecendo mais de duas vezes mais rápido do que o restante do planeta, que também deverá registrar seu ano mais quente nos tempos modernos.

    Os cientistas do clima dizem que as razões para o aumento do calor incluem a queima de combustíveis fósseis que emitem gases causadores do efeito estufa, que prendem o calor na atmosfera, bem como a tendência de aquecimento do oceano pelo El Niño, que terminou no meio do ano.

    A temperatura anual do ar sobre a superfície terrestre do Ártico foi 3,5°C maior do que em 1900.

    A temperatura da superfície do mar no mês de agosto de 2016, no auge do verão, foi 5°C acima da média de 1982-2010 nos mares de Barents e Chukchi e nas costas leste e oeste da Groenlândia.

    "É evidente que o atraso recorde no congelamento da cobertura de gelo marinha no outono de 2016 está associado com temperaturas quentes sem precedentes do ar e da superfície do oceano", explica o relatório.

    Essa tendência de aquecimento também levou a uma cobertura de gelo jovem e fina que derrete facilmente.

    "A extensão mínima do gelo marinho do Ártico desde meados de outubro de 2016 até o final de novembro de 2016 foi a menor desde o início dos registros por satélite, em 1979", disse.

    Essa extensão também foi 28% menor do que a média de 1981-2010 para outubro.

    Uma parte maior do gelo que congela no inverno é fino, e resultado de apenas um ano de congelamento, em vez do gelo mais espesso e mais resistente que se acumula ao longo de vários anos.

    Na Groenlândia, a camada de gelo continuou a encolher e a perder massa, como vem acontecendo todos os anos desde 2002, quando começaram as medições por satélite.

    O derretimento também começou cedo na Groenlândia no ano passado, o segundo mais precoce em 37 anos de observações, e próximo ao recorde estabelecido em 2012.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024