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    CO2 no ar bate recorde e iguala época em que terra era até 3°C mais quente

    DA AFP

    30/10/2017 12h22

    A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, responsável pelo aquecimento global, alcançou um nível recorde em 2016, o maior em pelo menos 800.000 anos, anunciou nesta segunda-feira (30) a OMM (Organização Meteorológica Mundial), que adverte sobre um "aumento perigoso da temperatura".

    De acordo com a OMM, este "rápido aumento" do nível de CO2 se deve à "conjunção das atividades humanas e a um potente episódio de El Niño", um fenômeno climático que aparece a cada quatro ou cinco anos e que traduz no aumento das temperaturas do Oceano Pacífico, o que provoca secas e fortes tempestades.

    As concentrações de CO2 foram inferiores a 280 partes por milhão nos últimos 800.000 anos e aumentaram desde a revolução industrial, segundo dados geológicos coletados por meio de amostras de gelo da Groenlândia e da Antártida. O relatório alimentará os debates da conferência anual sobre aquecimento global patrocinada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em Bonn, em 6 de novembro.

    "Enquanto era de 400,00 partes por milhão (ppm) em 2015, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera [...] alcançou 403,3 ppm em 2016 e agora representa 145% do que era na época pré-industrial (antes de 1750)", afirma o documento publicado em Genebra, onde fica a sede da OMM.

    O aumento recorde de 3,3 partes por milhão de CO2 se deve em parte a um forte El Niño em 2015 e 2016, que gerou secas em regiões tropicais e limitou a capacidade das florestas de absorver o gás, segundo a OMM. O CO2 provém também da queima de combustíveis fósseis para energia e do desmatamento para agricultura e construção.

    "As futuras gerações herdarão um planeta muito menos hospitaleiro", completou Petteri Taalas. Desde que o início da era industrial (1750), o crescimento demográfico, uma agricultura cada vez mais intensiva, a maior utilização das terras, o desmatamento, a industrialização e a exploração dos combustíveis fósseis com fins energéticos provocam um aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, o principal deles o CO2.

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