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    Brasileiros são fregueses de argentinos na Libertadores; veja histórico

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    03/03/2015 13h12

    Cruzeiro e Huracán fazem na noite desta terça-feira (3) o primeiro duelo entre brasileiros e argentinos na atual edição da Copa Libertadores. Haverá ainda outros dois jogos entres equipes dos países nesta fase de grupos: Corinthians x San Lorenzo e São Paulo x San Lorenzo.

    O confronto entre brasileiros e argentinos é um dos mais tradicionais na história do continental. Basta dizer que são os países com mais títulos: 23 para clubes do país vizinho e 17 para as equipes nacionais.

    O primeiro jogo foi em 1960. O Bahia, então campeão brasileiro, e o San Lorenzo, campeão argentino, se enfrentaram em um mata-mata. O time argentino ganhou por 3 a 0, em Buenos Aires, e depois perdeu por 3 a 2, em Salvador.

    Considerando todos os confrontos entre clubes dos dois países, foram 168 partidas. O saldo é favorável para os argentinos, que tem 70 vitórias e 66 derrotas. Houve ainda 32 empates.

    Os argentinos também têm vantagem nas finais. Foram nove vezes campeões contra quatro vezes dos clubes brasileiros (Santos, em 1963; Cruzeiro, em 1976; São Paulo, em 1992; e Corinthians, em 2012).

    Os brasileiros levam vantagem nas semifinais. Já eliminaram cinco vezes rivais argentinos e só foram eliminados duas vezes (Independiente tirou o Santos, em 1965; Boca Juniors tirou o Palmeiras, em 2001).

    Mas, na soma dos confrontos eliminatórios, o saldo é totalmente favorável aos argentinos: 26 x 19. A vantagem brasileira é em duelos pela fase de grupos: 25 vitórias, 14 empates e 19 derrotas.

    DUELOS HISTÓRICOS ENTRE BRASILEIROS E ARGENTINOS NA COPA LIBERTADORES

    1 - Santos x Boca Juniors, em 1963

    A geração de Pelé tinha sido campeão em 1962 num duro embate com o Peñarol. Em 1963, encontrou o Boca Juniors, então finalista pela primeira vez. No Maracanã, os santistas venceram por 3 a 2 (Coutinho, duas vezes, e Lima).

    Na Bombonera, Coutinho e Pelé deram a vitória de virada por 2 a 1, mas em jogo considerado por aquela geração um dos mais complicados. Para suportar a pressão da torcida, alguns jogadores tentaram tampar os ouvidos com algodão.

    1963/Reprodução
    Coutinho chuta para marcar na vitória do Santos sobre o Boca Juniors em jogo realizado no Maracanã
    Coutinho chuta para marcar na vitória do Santos sobre o Boca Juniors em jogo realizado no Maracanã

    2 - Estudiantes x Palmeiras, em 1968

    O Palmeiras havia sido vice em 1961, mas a Academia conseguiu ser finalista novamente em 1968 e confiava no título, afinal tinha Valdir, Dudu, Ademir da Guia, Servílio e Tupãzinho. Só não contava com a violência do Estudiantes.

    Finalista pela primeira vez e prestes a iniciar uma hegemonia, o time argentino abusava do jogo violento. Foram três jogos: Palmeiras perdeu na Argentina (2x1), ganhou no Pacaembu (2x1) e perdeu no Uruguai (no jogo desempate).

    3 - Independiente x São Paulo, em 1974

    Os uruguaios Pedro Rocha e Pablo Forlán deram ao São Paulo um brilho diferente nos anos 1970. O time voltou a ser campeão estadual (1970), venceu o primeiro título nacional (1977) e quase levou a Libertadores.

    A equipe parou no forte Independiente. Após vencer no Pacaembu, o São Paulo perdeu em Avellaneda e também em Santiago, no jogo desempate. A máquina são-paulina, que tinha Waldir Peres, Chicão e Mirandinha, parou.

    4 - Cruzeiro x River Plate, em 1976

    A primeira final do Cruzeiro foi também a primeira decisão do River Plate. Foi a primeira vez que um clube brasileiro sagrou-se campeão após o Santos. Foram precisos três jogos: 4 a 1, em Minas, 1 a 2, na Argentina, e 3 a 2, no Chile.

    O time mineiro ainda superou um trauma durante a competição. O atacante Roberto Batata, 26, sofreu um acidente de carro e morreu em meio à disputa. A equipe superou a perda e lembrou do companheiro ao erguer a taça em Santiago.

    1976/Reprodução
    Eduardo, Roberto Batata, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho que integraram o elenco do Cruzeiro no duelo contra o River Plate em 1976
    Eduardo, Roberto Batata, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho que integraram o elenco do Cruzeiro no duelo contra o River Plate em 1976

    5 - Palmeiras x Boca Juniors, 1994

    Esse duelo foi na fase de grupos, mas tornou-se memorável porque o Palmeiras, patrocinado pela Parmalat, conseguiu um feito que nem mesmo o Santos de Pelé obteve. Ao enfrentar o Boca no Parque Antarctica, goleou por 6 a 1.

    Foi a pior derrota do Boca Juniors na história da Libertadores e também a pior campanha, caiu ainda na fase de grupos. Marcaram para o Palmeiras: Roberto Carlos, Edílson, Evair (2 vezes), Jean Carlo e Martinez.

    J. F. Diório - 9.mar.1994/Folhapress
    Evair cobra pênalti e marca na goleada do Palmeiras sobre o Boca Juniors
    Evair cobra pênalti e marca na goleada do Palmeiras sobre o Boca Juniors

    6 - São Paulo x Vélez Sarsfield, em 1994

    Os são-paulinos sonhavam com o inédito tricampeonato em 1994, mas viram o sonho parar diante de um time, ou melhor, de um goleiro. O paraguaio José Luis Chilavert. Foi uma muralha na Argentina (vitória por 1 a 0).

    No Morumbi, além de segurar o São Paulo de Válber, Euller e Muller, que venceu só por 1 a 0, ainda defendeu a cobrança de Palhinha na decisão por pênaltis. Também cobrou uma penalidade e marcou na vitória por 5 a 3.

    Antônio Gaudério - 32.ago.1994/Folhapress
    Müller e Palhinha (dir.) pegam a bola após gol do São Paulo contra o Vélez Sarsfield; time argentino foi campeão nos pênaltis
    Müller e Palhinha (dir.) pegam a bola após gol do São Paulo contra o Vélez Sarsfield; time argentino foi campeão nos pênaltis

    7 - Palmeiras x Boca Juniors, em 2000

    O palmeirense sonhava com o bicampeonato para repetir o Santos (1962 e 1963) e o São Paulo (1992 e 1993), mas até hoje lamenta da arbitragem na Bombonera, 2 a 2 –o 0 a 0 no Morumbi fez o Boca ganhar a taça nos pênaltis (4 a 2).

    Na Argentina, o time alviverde, que tinha Marcos, Roque Júnior, César Sampaio, Alex, Asprilla e Euller, teve um gol legítimo anulado e um pênalti claro ignorado pelo árbitro Estephânio González

    Evelson de Freitas - 21.jun.2000/Folhapress
    Jogadores do Boca Juniors levantam o troféu de campeão da Libertadores de 2000
    Jogadores do Boca Juniors levantam o troféu de campeão da Libertadores de 2000

    8 - Santos x Boca Juniors, em 2003

    A geração de Robinho e Diego queria repetir o feito de Pelé e sagra-se campeã em cima do Boca Juniors, mas não contava com uma geração igualmente forte do outro lado, com Tevez, Schelotto e Schiavi.

    Na Bombonera, o Santos perdeu por 2 a 0. No Morumbi, diante de 73.103 expectadores, perdeu por 3 a 1. O zagueiro Alex fez o gol santista, enquanto Tevez, Delgado e Schiavi, já nos acréscimos, fizeram o rival se vingar após 40 anos.

    Vanderlei Almeida - 2.jul.2003/AFP
    Tevez comemora gol marcado na final entre Boca Juniors x Santos em 2003
    Tevez comemora gol marcado na final entre Boca Juniors x Santos em 2003

    9 - Corinthians x River Plate, em 2006

    O Corinthians tinha um time recheado de estrelas, como Tevez, Ricardinho, Nilmar, Roger, Carlos Alberto e Mascherano. Tinha uma das melhores campanhas na fase de grupos e encarou o River Plate, sem brilho, nas oitavas.

    No entanto, foram duas derrotas, ambas de virada (3 a 2 e 3 a 1). No segundo jogo, no Pacaembu, a torcida não aguentou ao ver o River fazer o terceiro gol e tentou invadir o gramado. O jogo terminou antes do tempo normal.

    Fernando Santos - 4.mai.2006/Folhapress
    Torcedores do Corinthians tentam invadir o Pacaembu após eliminação para o River Plate
    Torcedores do Corinthians tentam invadir o Pacaembu após eliminação para o River Plate

    10 - Corinthians x Boca Juniors, em 2012

    Até a decisão daquele ano, os argentinos vinham de uma sequência de cinco títulos seguidos contra brasileiros. O Corinthians, que jogava a final pela primeira vez, encarou o Boca Juniors, dono de seis títulos.

    O Corinthians sobrou. Empatou na Bombonera por 1 a 1, em jogo que anulou o rival com forte marcação, e ganhou por 2 a 0, no Pacaembu, em jogo marcado pela catimba do atacante Emerson, que até mordeu a mão de um rival.

    Nacho Doce - 4.jul.2012/Reuters
    Emerson finaliza para marcar na vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors em 2012
    Emerson finaliza para marcar na vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors em 2012

    FINAIS ENTRE ARGENTINOS E BRASILEIROS
    1963 - Santos x Boca Juniors - Santos campeão
    1968 - Estudiantes x Palmeiras - Estudiantes campeão
    1974 - Independiente x São Paulo - Independiente campeão
    1976 - Cruzeiro x River Plate - Cruzeiro campeão
    1977 - Boca Juniors x Cruzeiro - Boca Juniors campeão
    1984 - Independiente x Grêmio - Independiente campeão
    1992 - São Paulo x Newell's Old Boys - São Paulo campeão
    1994 - Vélez Sarsfield x São Paulo - Vélez Sarsfield campeão
    2000 - Boca Juniors x Palmeiras - Boca Juniors campeão
    2003 - Boca Juniors x Santos - Boca Juniors campeão
    2007 - Boca Juniors x Grêmio - Boca Juniors campeão
    2009 - Estudiantes x Cruzeiro - Estudiantes campeão
    2012 - Corinthians x Boca Juniors - Corinthians campeão

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