• As Mais

    Sunday, 28-Apr-2024 17:51:39 -03

    10 frases de Donald Trump que poderiam provocar novos conflitos aos Estados Unidos se ele fosse presidente

    DE SÃO PAULO

    17/06/2015 12h42

    Brendan McDermid - 16.jun.2015/Reuters
    O magnata e apresentador de TV Donald Trump discursa no lançamento de sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos, em 16 de junho, em Nova York
    O magnata e apresentador de TV Donald Trump discursa no lançamento de sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos, em 16 de junho, em Nova York

    O magnata Donald Trump deverá ser um dos chamarizes para a disputa no Partido Republicano pela vaga de postulante à Casa Branca. Mais pela falta de papas na língua do empresário que por suas chances de ser o candidato do partido.

    Sua fortuna de US$ 9 bilhões (R$ 27,9 bilhões) seria capaz de financiar nove campanhas iguais a de seu colega de partido Mitt Romney em 2012, o que poderia dispensar os republicanos de fazer diversos eventos de arrecadação.

    Mas dinheiro não é tudo. Apesar de midiático, o boquirroto apresentador da versão americana do programa "O Aprendiz" não tem o apoio dos delegados republicanos, concentrados entre os favoritos Jeb Bush, Ted Cruz e Marco Rubio.

    Ainda assim, os americanos não deverão ficar livres de declarações polêmicas que, fosse ele o "contratado" para o posto de homem mais importante do mundo, provocariam alguma(s) guerra(s).

    Algumas frases soltas em seu anúncio de candidatura, na terça (16), foram capazes de provocar indignação de três países aliados dos americanos. Veja abaixo alguns exemplos:

    *

    1) Los hermanos mexicanos

    Na terça (16), Trump sugeriu que o México deveria pagar por uma muralha que o separe dos EUA e evite a imigração ilegal, um discurso bem sintonizado com a intenção dos republicanos de atrair o eleitorado latino.

    "Quando o México manda seu povo [aos EUA], mandam pessoas que têm um monte de problemas e trazem estes problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas".

    A frase provocou protestos do governo do vizinho do sul. O secretário de Governo mexicano, Miguel Ángel Osorio Chong, disse que as declarações são preconceituosas e absurdas e têm mais a intenção de atrair a imprensa que de mostrar um projeto.

    2) Mão de ferro contra a China

    No mesmo discurso, criticou a China, um dos principais mercados dos americanos, por "roubar empregos dos americanos" e defendeu que sejam aplicadas sanções ao país, como uma forma de minar a influência de Pequim nos Estados Unidos.

    "É tempo de sermos mais duros com os chineses devido à manipulação de sua moeda e à espionagem. A China será taxada por cada mau passo, e se eles continuarem vamos taxá-los ainda mais."

    Em resposta nesta quarta (17), a Chancelaria chinesa disse que os países têm uma relação de troca. "É uma situação em que ambos ganham. A relação comercial realmente deu aos dois lados grandes benefícios."

    Chris Keane - 9.mai.2015/Reuters

    3) #ryca

    Como dito anteriormente, a fortuna de Trump poderia financiar nove campanhas como a feita pelo republicano Mitt Romney em 2012, quando foi derrotado pelo presidente democrata Barack Obama.

    E o magnata não se fez de rogado: "Estou usando meu próprio dinheiro [na campanha]. Sou realmente rico."

    Ele disse ainda que sua fortuna é um exemplo de que ele é capaz de assumir a Casa Branca. O protagonista da série "House of Cards", Frank Underwood (Kevin Spacey), certamente discordaria.

    "O dinheiro é uma mansão em Sarasota [cidade de classe alta na Flórida] que começa a cair aos pedaços em dez anos. O poder é uma velha construção de pedra que fica de pé por séculos", disse Underwood.

    4) O petróleo é nosso 1

    Ao comentar sobre a intervenção militar da Otan na Líbia em 2011, durante a revolta que levou à queda do ditador Muammar Gaddafi, Trump disse: "Só estou interessado na Líbia se nós ficarmos com o petróleo. Se não, não tenho interesse".

    5) O petróleo é nosso 2

    Em seminário da União Conservadora Americana (CPAC), em 2013, principal associação ligada ao Partido Republicano, ele disse que o Iraque deveria ceder o petróleo aos Estados Unidos devido à invasão ao país, iniciada em 2003.

    "Funcionários de alto nível do governo me contaram que, antes da invasão do Iraque, os EUA estavam indo ao país atrás de petróleo. O problema é que o país não conseguiu petróleo algum. Qual é a solução? Devemos capturar a reserva de petróleo deles e recuperar nossos gastos".

    Timothy A. Clary - 16.out.2007/AFP

    6) O fim do Estado Islâmico 1 (ou O petróleo é nosso 3)

    Em entrevista ao jornalista Bill O'Reilly, do canal conservador Fox News, horas após anunciar sua candidatura, ele disse ter um plano infalível para derrotar a milícia: tirar todo o seu petróleo e, obviamente, entregá-lo aos EUA.

    "Eu digo que temos que derrotar o EI tirando sua riqueza. Retiremos todo o seu petróleo. Assim que alguém for lá e recolher todo aquele petróleo, eles não terão mais nada. Você os bombardeia até mandá-los ao inferno, cerca-os e então você entra. E deixe que entrem lá a Mobil e nossas grandes empresas de petróleo."

    7) O fim do Estado Islâmico 2

    Para Trump, o ditador Saddam Hussein, deposto pelos Estados Unidos em 2003, daria cabo da milícia radical que domina a Síria e o Iraque há mais de um ano de forma rápida.

    "Ele os mataria em dois segundos. E, francamente, nós estaríamos bem melhor agora com ele que com a situação que temos agora."

    8) Terrorista bom é terrorista morto

    No dia do atentado ao jornal satírico "Charlie Hebdo", ele considerou que o número de mortes no ataque foi alto porque não havia ninguém armado na redação do semanário devido às fortes leis de controles de armas na França.

    "Se as pessoas que foram mortas em Paris tivessem armas, pelo menos eles teriam uma chance de lutar. Não é interessante que a esta tragédia tenha ocorrido em um dos países com uma das leis de armas mais duras do mundo? Lembrem-se: onde ter armas é um delito, só os delinquentes as possuem".

    9) Casamento gay = golfe (????)

    Não, Trump não fez qualquer relação com buracos ou tacos com intenção de duplo sentido (ou será que não?). O magnata quis comparar o matrimônio homossexual com um novo tipo de tacos usados pelos jogadores de golfe mais novos.

    "É como no golf. Muitas pessoas estão começando a usar estes tacos maiores, que são pouco atrativos. É estranho. Você vê grandes jogadores com esses tacos enormes porque eles não conseguem mais tirar uma bola da terra com um taco comum. E eu odeio isso. Sou um tradicionalista. Tenho vários amigos fabulosos que vieram a ser gays, mas sou um tradicionalista."

    10) Obama queniano

    O empresário foi uma das figuras públicas americanas a aderir ao boato que o presidente Barack Obama seria queniano, como seu pai. A acusação foi feita em entrevista à Fox News em 2011, um ano antes da reeleição do democrata.

    A insistência no assunto fez com que a Casa Branca revelasse as páginas da certidão de nascimento do mandatário, dando conta de que ele era natural do Havaí. Mas Trump não ficou convencido e achou que o certificado era falso.

    Com o assunto saindo da discussão entre os americanos, ele tentou outras formas de atingir o mandatário. Em 2012, disse que haveria uma revolução se Obama vencesse na contagem dos distritos eleitorais, mas não na maioria dos votos.

    No ano passado, questionou a saúde mental do presidente após a permissão de entrada para os pacientes com ebola. "Há alguma coisa muito errada com a saúde mental do presidente. Ele está completamente louco."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024