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    Ações da Gol lideram perdas no 1º semestre; veja ranking

    ANDERSON FIGO
    DE SÃO PAULO

    01/07/2015 13h11

    Ações de empresas exportadoras, cujas receitas se beneficiaram da valorização de 17,3% do dólar no ano, estão entre as maiores altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, no primeiro semestre de 2015.

    Na outra ponta, o cenário específico de cada companhia pesou na relação das cinco maiores desvalorizações da primeira metade do ano.

    Qualquer pessoa pode investir no mercado de ações. Para isso, primeiro é preciso ter conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda.

    É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse.

    Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo.

    Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas do Ibovespa entre janeiro e junho de 2015.

    MAIORES ALTAS

    1 - Renner (varejo)

    As ações da empresa acumularam ganho de 47,8% no semestre, para R$ 113 cada uma, com o aumento de 25% das vendas no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014. A empresa apostou em um modelo que tenta reproduzir as roupas que fazem sucesso nas passarelas em suas lojas e que tem se mostrado bem-sucedido. Em 12 meses, os papéis subiram 58,3%.

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo
    Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo

    2 - Suzano (papel e celulose)

    Os papéis da empresa estão entre as maiores valorizações do Ibovespa na primeira metade de 2015, com alta de 47%, para R$ 16,54 cada um, ajudados pela valorização do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é em dólar, e a alta da moeda americana favorece a companhia. Em 12 meses, as ações ganharam 97,9%.

    Jefferson Coppola/Folhapress
    Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento
    Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento

    3 - Petrobras - ações ordinárias (petróleo e gás)

    Os papéis com direito a voto da empresa tiveram ganho de 46,3% no primeiro semestre do ano, para R$ 14,03. A alta foi impulsionada principalmente após a companhia informar que não pagará dividendos (distribuição de parte do lucro aos acionistas) referentes a 2014, quando teve prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Com isso, as ações preferenciais –que têm preferência na distribuição de dividendos– perderam atratividade entre os investidores.

    O avanço também reflete o recente corte nos investimentos dos próximos cinco anos, anunciado em junho pela estatal, uma vez que o elevado nível de endividamento da companhia preocupa analistas. Em 12 meses, porém, as ações ordinárias da Petrobras caíram 12,6%.

    Marcelo Sayao/Efe
    Plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro
    Plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro

    4 - JBS (alimentação)

    Os papéis da empresa ganharam 46,1% no primeiro semestre de 2015, para R$ 16,36. A empresa se destaca por ser a maior produtora de frango e carne bovina nos EUA, e, por isso, é beneficiada por um aumento da cotação do dólar. Em 12 meses, as ações tiveram valorização de 120,2%.

    Pablo Porciuncula/AFP
    Gados aguardam enfileirados antes de serem abatidos
    Gados aguardam enfileirados antes de serem abatidos

    5 - Hypermarcas (industrial/consumo)

    As ações da empresa subiram 35,9% entre janeiro e junho deste ano, para R$ 22,63 cada um. O avanço da companhia refletiu notícias de que ela está avaliando alternativas para sua área de fraldas, inclusive a venda deste segmento, que pode gerar uma receita de mais de R$ 1 bilhão, segundo analistas.

    A Hypermarcas detém as marcas de fraldas Pompom, Cremer Disney Baby, Sapeka e Bigfral. A companhia possui marcas dos mais variados segmentos, inclusive o de beleza, como a produtora de esmaltes Risqué. Em 12 meses, os papéis subiram 18,7%.

    Fabio Braga - 18.abr.2012/Folhapress
    Marca de esmaltes Risqué faz parte do portfólio da Hypermarcas
    Marca de esmaltes Risqué faz parte do portfólio da Hypermarcas

    MAIORES QUEDAS

    1 - Gol (aviação)

    A valorização do dólar prejudicou o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Com isso, as ações da Gol lideraram as quedas no Ibovespa entre janeiro e junho e acumulam perda de 51,5%, para R$ 7,37. Em 12 meses, os papéis caíram 39,3%.

    Zanone Fraissat - Folhapress
    Interior de aeronave da companhia aérea Gol
    Interior de aeronave da companhia aérea Gol

    2 - Metalúrgica Gerdau (setor metalúrgico)

    As ações da empresa perderam 43,6% entre janeiro e junho, para R$ 6,37 cada uma. O movimento foi influenciado pela perda de 21,8% da siderúrgica Gerdau, sua controlada, no mesmo período. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda.

    Colaborou para a queda da Metalúrgica Gerdau no primeiro semestre o fato de ela ter saído do índice MSCI Brazil, um referencial usado por fundos do mundo todo para ter exposição a ativos brasileiros, no fim de maio. Em 12 meses, os papéis da companhia cedem 59,2%.

    Edson Silva - 21.ago.2014/Folhapress
    Operários trabalham em metalúrgica no interior de São Paulo
    Operários trabalham em metalúrgica no interior de São Paulo

    3 - Hering (varejo)

    Ao contrário da Renner, que investiu em uma moda mais sofisticada, a Hering continuou sua aposta em modelos básicos, como camisetas sem estampas, o que a fez registrar queda de 36% em seu lucro líquido no primeiro trimestre. Os papéis da empresa acumularam perda de 40% no primeiro semestre do ano, para R$ 12,15 cada um. Em 12 meses, a desvalorização foi de 45,8%.

    Fabio Braga/Folha Imagem
    Clientes buscando novidades em loja da Hering no Shopping Outlet Premium
    Clientes buscando novidades em loja da Hering no Shopping Outlet Premium

    4 - Oi - ações preferenciais (comunicações)

    As ações mais negociadas e sem direito a voto da operadora de telefonia móvel caíram 32,1% entre janeiro e junho, para R$ 5,85 cada uma. A empresa tenta adquirir concorrentes no setor, mas ainda não obteve sucesso. Em agosto do ano passado, a Oi informou que havia contratado o BTG Pactual para coordenar uma possível oferta de compra da TIM, em parceria com a Telefonica Brasil e a Claro, da mexicana América Móvil.

    Especialistas de mercado têm se mostrado céticos com a possibilidade de 'protagonismo' da Oi no processo, dado o elevado endividamento da empresa, que é menor do que a TIM. Em 12 meses, os papéis da companhia tiveram baixa de 70,9%.

    Marcelo Sayão - 16.jul.2008/Efe
    Cabine telefônica da operadora de telefonia Oi no Rio de Janeiro
    Cabine telefônica da operadora de telefonia Oi no Rio de Janeiro

    5 - Marcopolo (industrial)

    Os papéis da fabricante de carrocerias de ônibus registraram queda de 30,3% na primeira metade de 2015, para R$ 2,32 cada um. Em 12 meses, a baixa chegou a 46,2%. Segundo analistas, o modelo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) de autorização das linhas interestaduais e internacionais de transporte rodoviário pode impactar as vendas de empresas como a Marcopolo, o que se refletiu em suas ações.

    A fabricante de carrocerias de ônibus também trocou neste mês seu diretor geral, José Rubens de la Rosa, por Francisco Gomes Neto, que anteriormente era vice-presidente das Américas da Mann Hummel. De la Rosa estava há 15 anos no cargo.

    Fabio Teixeira - 13.mai.2014/Folhapress
    Garagem de ônibus no Rio de Janeiro
    Garagem de ônibus no Rio de Janeiro
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