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    Sete momentos em que Collor foi agressivo em frente às câmeras

    LEONARDO SANCHEZ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO PAULO
    MARCELO SOARES
    EDITOR DE AUDIÊNCIA E DADOS

    08/08/2015 17h06

    O senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) ganhou atenção na última quarta-feira (5) ao chamar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "filho da puta", na tribuna do Senado. Ele reagiu com virulência às acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina, o que o coloca na mira da Operação Lava-Jato. Collor nega as acusações.

    Para quem conhece o estilo de Collor, a frase foi apenas mais uma na coleção do ex-presidente desde que ele ganhou notoriedade nacional na campanha eleitoral de 1989. Relembre outros momentos em que Collor demonstrou agressividade em frente às câmeras.

    *

    13.dez.1989 - "Pinóquio da década"

    Collor e Lula concorriam no segundo turno da corrida presidencial de 1989. No último debate entre os dois candidatos, ele procurou pregar o rótulo de mentiroso em seu adversário (aos 33s).

    Debate de 1989

    Logo depois desse debate, Collor se tornou o mais jovem presidente do país, levando 53% dos votos aos 40 anos de idade. Ao tomar posse, fez um confisco da poupança –coisa que acusou o adversário de querer fazer. Duas décadas depois, ele e Lula se abraçaram e trocaram elogios em ato público, durante a inauguração de uma obra em Alagoas.

    13.ago.1992 - Verde e amarelo - e preto

    Dois anos depois de o governo Collor confiscar a poupança, em meio a denúncias de corrupção envolvendo seu tesoureiro de campanha, milhares de brasileiros pediam o impeachment do presidente. Preocupado com os protestos no país, Collor pediu à população, pela TV, que vestisse as cores da bandeira nacional e fosse às ruas apoiar seu mandato. Não deu certo: as capitais de todo o país foram tomadas pelos 'caras-pintadas', que vestiam a cor preta, em sinal de desaprovação a Collor. (aos 1min20s)

    Verde e amarelo

    20.set.1992 - Súplica e tchau

    Em seu último pronunciamento na televisão antes de deixar o Planalto, Collor ocupou 20 minutos da grade horária para suplicar à população. Mais uma vez, suas expectativas foram frustradas e, naquele ano, Collor se tornaria o primeiro presidente brasileiro a sofrer um impeachment. (o apelo final vem aos 17 min 50s).

    suplicar

    19.mar.1997 - "Filhotinha"

    PC Farias, o tesoureiro de Collor, apareceu morto em 1996 em circunstâncias misteriosas. Após sua morte, quando surgiram acusações de envolvimento do esquema PC com a máfia italiana, Collor deu uma entrevista ao Jornal Nacional, na qual perdeu a paciência novamente. Ele criticou a Polícia Federal e outros órgãos que o investigavam e ainda deu respostas grosseiras à jornalista Sônia Bridi, chamando-a de 'filhotinha' e 'desinformada', após ser questionado se concorreria às eleições de 1998 (aos 5min):

    filhotinha

    05.set.2000 - "Fala qualquer coisa aí"

    Em 2000, ainda com seus direitos políticos cassados, Collor recorreu à Justiça Eleitoral para poder concorrer à Prefeitura de São Paulo. Mediante recurso, conseguiu participar dos debates e ter seu nome incluído na urna eletrônica, mas ao final não pôde concorrer.

    No debate da TV Bandeirantes, Collor foi sorteado para fazer uma pergunta a Enéas Carneiro (Prona), que também concorreu à Presidência em 1989. Preferindo debater com outros candidatos, o ex-presidente desdenhou do adversário e, em vez de questioná-lo, pediu que ele dissesse 'qualquer coisa aí'. Enéas disse achar "ótimo".

    qualquer coisa

    03.ago.2009 - Engula e digira

    Eleito senador por Alagoas em 2007, em seu primeiro cargo público após recuperar direitos políticos, Fernando Collor discutiu com o colega Pedro Simon (PMDB-RS), que havia pedido ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que renunciasse ao posto após uma série de acusações de corrupção.

    Simon lembrou que o então ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi apoiador de Collor e o abandonou às vésperas do impeachment, para anos depois se tornar "homem de confiança do Lula". Ofendido por ser associado a Renan, então sob os holofotes após revelações de corrupção iniciadas pela notícia de que uma ex-amante sua recebia pensão de um lobista de empreiteira, Collor exigiu que Simon "engula e digira" suas palavras (aos 4min 50s).

    engula

    05.ago.2015 - A mãe no meio

    Para finalizar, o recente xingamento de Collor dirigido ao procurador-geral Rodrigo Janot. No momento em que afirmava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de "espetáculo midiático" e que os carros foram comprados com dinheiro lícito, Collor sussurrou o xingamento. (aos 40s).

    filho

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