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    Eleições na Catalunha devem estimular separatismo; conheça movimentos pró-independência na Europa

    DE SÃO PAULO

    25/09/2015 07h00

    Neste domingo (27), a Catalunha vai às urnas em eleições legislativas que, segundo as pesquisas de opinião, deve terminar com a maioria da Casa na mão de partidos pró-independência da região.

    Barcelona não é o único foco de movimentos semelhantes na Europa. Conheça outras regiões que ameaçam alterar as linhas do mapa político do continente.

    Movimentos separatistas na Europa

    *

    País Basco

    O movimento independentista reivindica a autonomia da região cultural basca, entre a Espanha e a França, que engloba as cidades de Bilbao, Navarra (na primeira) e Biarritz (na segunda), entre outras. Uma das organizações separatistas bascas mais conhecidos é o terrorista ETA, que, após diversos atentados ao longo do século 20, decretou cessar-fogo permanente em 2011.

    Vincent West - 22.ou.2011/Reuters
    ORG XMIT: VPW103 Thousands of people march behind a banner reading "The Basque Country Wants A Solution" during a nationalist demonstration organized by signatories of the Guernica Agreement in Bilbao, October 22, 2011, two days after Basque separatist group ETA announced a definitive cessation of armed activity. REUTERS/Vincent West (SPAIN - Tags: POLITICS CIVIL UNREST TPX IMAGES OF THE DAY)
    Placa diz "O País Basco Quer uma Solução" em frente a multidão em Bilbao durante manifestação a favor da independência da região

    Irlanda do Norte

    A Irlanda tem uma história de movimentos separatistas de sua população majoritariamente católica contra o domínio britânico que remonta ao século 19. Após a independência da maior parte da ilha, em 1922, diversos movimentos, muitos de viés terroristas, lutaram pela independência também da Irlanda do Norte.

    Um movimento de terceira via também existe, defendendo a independência tanto de Londres quanto de Dublin. A ideia ganhou força a partir do fechamento do Parlamento da Irlanda do Norte, em 1972. Atualmente, a principal organização política dos separatistas é o Ulster Third Way (terceira via do Ulster), liderado por David Kerr.

    Cathal McNaughton - 11.set.2015/Reuters
    A youth walks past a mural on a wall in the republican Falls Road area of West Belfast in Northern Ireland, September 11, 2015. Britain and Ireland sought to calm Northern Ireland's political crisis on Friday by urging Protestant unionists and Catholic nationalists to preserve a power-sharing government that ended decades of sectarian violence. REUTERS/Cathal McNaughton ORG XMIT: CMN05
    Pintura feita em muro de Belfast, na Irlanda do Norte, reivindica independência do Reino Unido

    Escócia

    Um referendo chegou a ser realizado em setembro de 2014 para decidir a independência ou não da Escócia em relação ao Reino Unido. O "Não" venceu com 55,3% dos votos. Os escoceses, que só conseguiram restabelecer um Parlamento próprio em 1999, têm disputas constantes com Londres por mais autonomia.

    Andy Buchnan - 21.set.2013/AFP
    A pro-independence supporter with a Saltire flag and a "Yes" written on his body joins a march and rally in Edinburgh on September 21, 2013 in support of a yes vote in the Scottish Referendum to be held in September 2014. Voting for Scottish independence is "common sense", First Minister Alex Salmond, the leader of the movement to break away from the United Kingdom insisted on September 18 a year to the day before Scotland votes in a referendum. AFP PHOTO / ANDY BUCHANAN ORG XMIT: DAN221
    Manifestantes em Edinburgo fazem campanha em favor do "Sim" no referendo pela independência da Escócia, que terminou com a derrota dos separatistas

    País de Gales

    Atualmente, o principal partido pró-separatismo galês, o Plaid Cymru conta com três cadeiras de um total de 40 reservadas ao país no Parlamento britânico, e 11 das 60 cadeiras no Parlamento local. Nas últimas décadas, a corrente principal do nacionalismo do país se concentrou na luta por mais autonomia sobre as decisões regionais. O País de Gales, assim como a Escócia, ganhou um Parlamento próprio após referendo em 1997, aprovado por uma margem pequena de votos: 50,3% a favor da criação da casa.

    Leste da Ucrânia

    Após a deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, pró-Moscou, em fevereiro de 2014, Kiev adotou uma linha de governo alinhada com o Ocidente. Desde então, diversos grupos separatistas têm surgido no leste do país. Em Donetsk e Lugansk, grupos armados cercaram prédios governamentais e assumiram o controle administrativo de suas respectivas regiões. Referendos não reconhecidos por Kiev foram realizados. A Rússia nega ter apoiado politica e militarmente os movimentos.

    Alexey Filipov - 7.set.2015/AFP
    Supporters of the self-proclaimed Donetsk People's Republic take part in a rally at Saur Mogyla Memorial on September 7, 2015 to mark anniversary of releasing of Donetsk region from occupation during WWII. Ukraine's warring sides marked a week without heavy fighting Monday in a tentatively encouraging change to a 17-month war that has debilitated Western relations with Russia and unsettled eastern Europe. AFP PHOTO/ALEXEY FILIPPOV ORG XMIT: SUP9544
    Apoiadores da autodeclarada República Popular de Donetsk desfilam em evento que lembra o fim da ocupação da região pelos nazistas

    Transnístria

    A região, uma faixa de terra entre a Ucrânia e o rio Dnieper, tem uma Constituição e uma bandeira próprias, mas não é reconhecida como independente por nenhum Estado-membro da ONU. Ela reivindica sua secessão da Moldávia desde a criação desta, após a dissolução da União Soviética. Uma guerra se encontra oficialmente sob cessar-fogo desde 1992.

    9.mai.2014 - Efe
    CHI21. Tiraspol (Moldova), 09/05/2014.- Soldiers shout a salute during a military parade on 'Victory Day', marking the 69th anniversary of the Allies' victory over Nazi Germany in the WWII, in downtown Tiraspol city, in the breakaway Transnistrian Republic, some 80 kilometers South-East from Chisinau, Moldova, on 09 Mai 2014. EFE/EPA/STR ORG XMIT: CHI21
    Soldados participam de parada militar em Tiraspol, capital da autodeclarada Transnístria

    Kosovo

    A República de Kosovo declarou independência da Sérvia em fevereiro de 2008, tendo recebido o reconhecimento de 108 Estados-membros da ONU —entre os quais não figura o Brasil. A Sérvia, no entanto, enquanto reconhece a autonomia do território, não o considera um Estado separado.

    Armend Nimani - 17.fev.2012/AFP
    ORG XMIT: -11 Members of the Kosovo Security Force (KSF) march during a celebration marking the 4th anniversary of the Kosovo's declaration of independence in Pristina on February 17, 2012. Kosovo marks the fourth anniversary of its declaration of independence on February 17, 2012 amidst struggles for wider recognition and full-fledged membership in the international community."International consolidation of its statehood is fundamental for Kosovo's goal in becoming a part of the international system. AFP PHOTO / ARMEND NIMANI
    Membros da Força de Segurança de Kosovo participa das comemorações do aniversário da declaração de independência da região, em Pristina

    Flandres

    Atualmente, o movimento pela independência flamenga, do norte da Bélgica, em relação à Valônia, no sul, possui uma adesão popular mínima. A principal bandeira do movimento flamengo na Bélgica é a manutenção de sua cultura e do uso corrente da língua holandesa —poucos valões, cuja língua materna é o francês, falam holandês fluentemente.

    georges Gobet - 29.mar.2011/AFP
    ORG XMIT: 059 Protesters hold Belgian flags during a demonstration in Brussels on March 29, 2011. Protesters hit the streets as Belgium matched Iraq's record as the country longest without a government today, and polls showed the crisis boosting separatists in the Dutch-speaking north. As Belgium snatched the dubious record after 289 days rudderless, students took to the streets to press for a coalition deal between leaders of the linguistically-partitioned country -- split between Dutch-speaking Flanders and the French-speaking south. AFP PHOTO / GEORGES GOBET
    Manifestantes seguram bandeiras da Bélgica contra demora na formação de um governo de coalizão após eleições, em Bruxelas, em 2011; crise aumentou insatisfação de flamengos com governo central na época

    Vêneto

    Com o agravamento da crise econômica, a região italiana tem ganhado mais adesões de um movimento separatista, que pretende restaurar os domínios da então próspera República de Veneza do século 16. Até mesmo um referendo, não oficial, feito por internet, chegou a ser organizado em 2014 —o resultado, amplamente contestado, apontou 89,1% de votos a favor da independência.

    Chipre do Norte

    Em 1974, um golpe de Estado no Chipre orquestrado para que a Grécia anexasse o país resultou na invasão de tropas turcas no norte da ilha. Nove anos depois, o Chipre do Norte declarou independência, mas seu status é reconhecido apenas pela Turquia, país do qual a região é fortemente dependente desde então.

    Tarik Tinazay/AFP
    ORG XMIT: 383301_1.tif A giant Turkish Cypriot flag is seen painted on the side of the Besparmak mountains from the northern part of the divided capital Nicosia, 13 December 2003. Cypriot Turks and Turkish mainland settlers go to parliamentary polls 14th of December in crucial elections in the self-styled Turkish Republic of Northern Cyprus (TRNC) which could oust Turkish Cypriot leader Rauf Denktash and lead to reunification of the divided island under a UN plan Denktash opposes. AFP PHOTO / TARIK TINAZAY
    Pintura de enorme bandeira turco-cipriota é vista na encosta dos montes Besparmak, ao norte da capital, Nicosia

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