Ações de exportadoras, cujas receitas se beneficiaram da valorização de 61,3% do dólar nos 12 meses encerrados em setembro, lideram as altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, no período.
Na outra ponta, o dólar alto eleva o endividamento de empresas com débito na moeda americana. A queda no preço de commodities como minério de ferro e petróleo também influenciou o resultado de algumas companhias.
Para investir na Bolsa, é preciso abrir conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda.
É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse.
Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo.
Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas nos 12 meses encerrados em setembro de 2015.
MAIORES ALTAS
1 - Fibria (celulose)
Com valorização de 100,45%, as ações da exportadora lideraram as altas do Ibovespa nos 12 meses encerrados em setembro, quando atingiram R$ 53,80. No ano, a valorização é de 65,49%. Os papéis são favorecidos pela alta do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é na moeda americana, e a valorização da divisa favorece a companhia.
Danilo Verpa - 5.set.2012/Folhapress | ||
Estocagem de celulose na indústria da Fibria, na cidade de Três Lagoas, interior do Mato Grosso do Sul |
2 - Suzano (papel e celulose)
Também exportadora, se beneficia da alta do dólar. A empresa viu seus papéis subirem 96,04% nos 12 meses até setembro. No ano, acumulam avanço de 71,47%.
Jefferson Coppola/Folhapress | ||
Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento |
3 - Raia Drogasil (farmacêutica)
A empresa acumula ganho de 86,72% nos 12 meses encerrados em setembro. No ano, a alta das ações alcança 54,24%. O resultado da empresa tem refletido o aumento de sua participação no mercado do Sudeste.
Em setembro, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições que a Raia Drogasil adquirisse o controle acionário da 4 Bio Medicamentos Especiais, que atua na venda de medicamentos de alta tecnologia que requerem armazenagem e transporte diferenciados.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Ações da Raia Drogasil acumulam ganho de 86,72% em 12 meses até setembro |
4 - Klabin (papel e celulose)
Assim como as duas primeiras colocadas, a empresa também se beneficiou da alta de 61,3% do dólar em 12 meses, o que impulsionou parte de sua receita. No período, a Klabin acumulou ganho de 84,80% em suas ações, que encerraram setembro cotadas a R$ 21,88. No ano, os papéis da empresa têm valorização de 49,97%. A expectativa é que os projetos tocados pela empresa ajudem a elevar sua geração de caixa.
Marcelo Min - 14.ago.2000/Folhapress | ||
Ações da Klabin registraram valorização de 84,80% em 12 meses, enquanto no ano sobem 49,97% |
5 - JBS (alimentação)
As ações da empresa se valorizaram 83,61% nos 12 meses encerrados em setembro, para R$ 16,80. No ano, o ganho é de 50%. A empresa se destaca por ser a maior produtora de frango e carne bovina nos EUA, e, por isso, é beneficiada por um aumento da cotação do dólar. A empresa concluiu no final de setembro a aquisição de 100% da participação que a Marfrig detinha na Moy Park, unidade europeia de frango e alimentos processados.
Pablo Porciuncula/AFP | ||
Gado aguarda enfileirado antes do abate |
MAIORES QUEDAS
1 - Oi (telecomunicações)
As ações mais negociadas e sem direito a voto da operadora de telefonia móvel caíram 83,97% entre setembro de 2014 e o mesmo mês deste ano, para R$ 2,79 cada uma. Em 2015, acumulam queda de 67,60%. A empresa tenta adquirir concorrentes no setor, mas ainda não obteve sucesso.
Em agosto do ano passado, a Oi informou que havia contratado o BTG Pactual para coordenar uma possível oferta de compra da TIM, em parceria com a Telefonica Brasil e a Claro, da mexicana América Móvil. Especialistas de mercado têm se mostrado céticos com a possibilidade de 'protagonismo' da Oi no processo, dado o elevado endividamento da empresa, que é menor do que a TIM.
Marcelo Sayão - 16.jul.2008/Efe | ||
Cabine telefônica da operadora de telefonia Oi no Rio de Janeiro |
2 - Metalúrgica Gerdau (metalurgia)
A queda de 27,8% do minério de ferro prejudicou as ações da metalúrgica nos 12 meses até setembro. No período, a Metalúrgica Gerdau registrou desvalorização de 79,36% de suas ações, para R$ 2,92. No ano, a queda é de 74,165%. O movimento foi influenciado pela perda de 53,57% da siderúrgica Gerdau, sua controlada, em 12 meses. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda.
Edson Silva - 21.ago.2014/Folhapress | ||
Operários trabalham em metalúrgica no interior de São Paulo |
3 - Gol (aviação)
A valorização do dólar prejudicou o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Nos 12 meses terminados em setembro, as ações da aérea registraram queda de 68,63%, para R$ 3,67. No ano, os papéis têm queda de 75,82%. Em agosto, a empresa reduziu a oferta de assentos como um todo no mercado doméstico, mas registrou queda na demanda.
Zanone Fraissat - Folhapress | ||
Interior de aeronave da companhia aérea Gol |
4 - Petrobras - ações preferenciais (petróleo e gás)
Os papéis sem direito a voto da empresa registraram desvalorização de 59,58% nos 12 meses até setembro e de 27,74% no ano. A queda reflete problemas internos da petrolífera, que é investigada na Operação Lava Jato —que apura denúncias de corrupção na estatal. Além disso, a desvalorização de quase 50% dos preços do petróleo nos 12 meses até setembro também afeta o resultado da companhia.
Marcelo Sayao/Efe | ||
Plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro |
5 - Rumo (logística)
A queda de 55,81% das ações da Rumo no ano e em 12 meses foi provocada pelos resultados ruins que a companhia tem apresentado em 2015. No primeiro trimestre, seu lucro caiu 83% em relação aos três primeiros meses de 2014. Já no segundo trimestre, a queda do lucro foi de 36,4% na mesma base de comparação.