• As Mais

    Sunday, 19-May-2024 10:16:43 -03

    Saiba qual o papel que EUA, Rússia, Turquia, Irã e Arábia Saudita desempenham no conflito sírio

    DO "NEW YORK TIMES"

    01/10/2015 11h41

    A guerra civil da Síria, agora em seu quinto ano, envolve múltiplos países com agendas sobrepostas e ocasionalmente conflitantes. Visões opostas sobre como administrar o conflito, que gerou uma crise mundial de refugiados e a ascensão do Estado Islâmico, dominaram as discussões na Assembleia-Geral da ONU esta semana. Mas a despeito de dias de reuniões e manobras diplomáticas, a crise só se intensificou. Abaixo, as posições de alguns dos principais agentes externos:

    Estados Unidos

    Senior Airman Matthew Bruch - 23.set.2014/AFP
    TOPSHOTS This US Air Forces Central Command photo released by the Defense Video & Imagery Distribution System (DVIDS) shows a US Air Force F-15E Strike Eagle flying over northern Iraq early in the morning of September 23, 2014 after conducting airstrikes in Syria. These aircraft were part of a large coalition strike package that was the first to strike ISIL targets in Syria. AFP PHOTO / US Air Force / Senior Airman Matthew Bruch (Released) == RESTRICTED TO EDITORIAL USE / MANDATORY CREDIT: "AFP PHOTO / US Air Forces Central Command via DVIDS / Senior Airman Matthew Bruch" / NO SALES / NO MARKETING / NO ADVERTISING CAMPAIGNS / DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS == ORG XMIT: DEC106
    Caça F-15E da Força Aérea dos EUA voa sobre o Iraque após ter conduzido ataque a alvo do Estado Islâmico na Síria

    Apoiam: os elementos mais moderados entre as forças rebeldes da Síria.

    Opõem-se: ao governo do ditador Bashar al-Assad, bem como ao Estado Islâmico e outras facções extremistas islâmicas.

    Como estão combatendo: Os Estados Unidos lideram uma coalizão que está conduzindo ataques aéreos contra o Estado Islâmico e outros grupos extremistas no Iraque e Síria. Também vêm conduzindo um programa clandestino para treinar e equipar rebeldes sírios e um programa separado, do Pentágono, para treinar a oposição moderada síria a fim de que possa combater o Estado Islâmico. O programa do Pentágono não vem atraindo muitos recrutas.

    Rússia

    Apoia: Assad, o líder da Síria, o único aliado persistente da Rússia no Oriente Médio há décadas.

    Opõe-se: ao Estado Islâmico, que conquistou a adesão de milhares de jovens russos. A Rússia teme o retorno de militantes radicalizados que passem a executar ataques em seu país de origem.

    Como está combatendo: A Rússia há muito fornece armas à Síria, mas pilotos russos executaram seus primeiros ataques aéreos na Síria na quarta-feira (30), bombardeando uma área perto da cidade de Homs, no centro do país, de acordo com funcionários do governo norte-americano em Washington. Homs não está sob o controle da milícia radical. A Rússia deslocou equipamento militar —32 aviões, por exemplo— e soldados a uma base aérea síria perto de Latakia, nas últimas semanas, de acordo com os Estados Unidos, e drones (aeronaves não tripuladas) russOs vêm conduzindo voos de reconhecimento sobre áreas controladas pelos oponentes de Assad.

    Turquia

    Apoia: a coalizão liderada pelos Estados Unidos e, tacitamente, as forças rebeldes na Síria.

    Opõe-se: principalmente ao governo Assad e aos grupos curdos aliados ao PKK, uma organização curda insurgente ativa na Turquia; nominalmente, também ao Estado Islâmico.

    Como está combatendo: A Turquia iniciou uma campanha de ataques aéreos e incursões militares em julho, principalmente no norte do Iraque contra o PKK. Também permitiu que a coalizão liderada pelos Estados Unidos usasse bases aéreas em seu território. Desde o começo do conflito, a Turquia permitiu que combatentes e suprimentos percorressem seu território para chegar aos grupos rebeldes sírios, e permitiu que alguns rebeldes se refugiassem em seu território.

    Irã

    Apoia: Assad e o governo sírio.

    Opõe-se: aos insurgentes sunitas, ao Estado Islâmico e a outros extremistas sunitas.

    Como está combatendo: O Irã é o mais firme aliado da Síria, e vem fornecendo apoio militar, armas, suprimentos, e assistência financeira desde o começo da guerra, em 2011. Em 2012, o Hizbullah, movimento controlado pelo Irã, enviou centenas de assessores militares para treinar as forças de Assad, e o Hizbullah se envolveu com toda a força na batalha para derrotar os rebeldes. Mas recentes capturas de território pelos rebeldes insurgentes sunitas e o Estado Islâmico enfraqueceram o Exército sírio, e há sinais de que o Irã está conservando seus recursos para defender os baluartes do governo, entre os quais a capital, Damasco, e áreas ao longo da fronteira libanesa e da costa do Mediterrâneo.

    Arábia Saudita

    Brendan Smialowski - 11.set.2014/Reuters
    Saudi Ambassador to the United States, Adel al-Jubeir (R) listens while Saudi King Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud (C) and US Secretary of State John Kerry talk before a meeting at the Royal Palace in Jeddah September 11, 2014. The United States signed up Arab allies on Thursday to a "coordinated military campaign" against Islamic State fighters, a major step in building regional support for President Barack Obama's plan to strike both sides of the Syrian-Iraqi frontier. After talks in Saudi Arabia's summer capital Jeddah, Kerry won backing from 10 Arab countries - Egypt, Iraq, Jordan, Lebanon and six Gulf states including rich rivals Saudi Arabia and Qatar - for a coalition to fight the Sunni militants that have seized swathes of Iraq and Syria. REUTERS/Brendan Smialowski/Pool (SAUDI ARABIA ORG XMIT: SIN28
    Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reúne com o então rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud, em palácio de Jidda; na ocasião, foi assinado um acordo de "campanha militar coordenada" contra o EI

    Apoia: diversos grupos rebeldes que combatem o governo sírio.

    Opõe-se: a Assad e ao governo sírio.

    Como está combatendo: Adel al-Jubeir, ministro do Exterior saudita, reiterou em Nova York terça-feira que não havia circunstâncias sob as quais seu país aceitasse um esforço russo para manter Assad no poder. Jubeir alertou que se um acordo para remover o líder sírio não fosse obtido, os embarques de armas e outras formas de assistência aos rebeldes da Síria seriam ampliados —e que a opção de ação militar para removê-lo continuava em aberto. Além de bancar e armar rebeldes na frente de batalha, a Arábia Saudita começou a conduzir ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria como parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos, um ano atrás.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024