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    Veja seis motivos que levaram o são-paulino a sofrer em 2015 e um que pode salvar o ano

    DE SÃO PAULO

    23/11/2015 16h38

    A goleada sofrida para o Corinthians, por 6 a 1, no domingo (22), foi mais um capítulo ruim de um ano conturbado para o São Paulo, dentro e fora de campo.

    Crise política, denúncias de corrupção, atraso de salários, falta de patrocinador, trocas de técnicos, aposentadoria do ídolo Rogério Ceni e freguesia em clássicos.

    O ano de 2015 é daqueles que todo são-paulino quer esquecer. No entanto, apesar de tudo, o time ainda tem grandes chances de conquistar uma vaga na próxima edição da Libertadores.

    Veja aqui os problemas do São Paulo neste ano, resumidos em seis pontos.

    1 - Crise política e corrupção

    O São Paulo viveu neste ano a pior crise política de sua história. Entre demissões de dirigentes e acusações de corrupção contra o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, o time sofria em campo. Entre os negócios suspeitos: um contrato firmado entre o clube e a empresa chamada Far East, de Hong Kong, com pagamento de comissão de R$ 18 milhões por intermediar o acordo com a Under Armour, empresa de material esportivo do clube; o contrato de comissionamento em negócios do clube para a namorada de Aidar, Cinira Maturana; a participação da filha do presidente na negociação de jogadores; e a polêmica compra do zagueiro Iago Maidana por valor maior que a multa de rescisão.

    O ápice do transtorno foi a briga entre o então presidente Aidar e o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, durante uma reunião entre dirigentes do clube, em outubro. Guerreiro diz que Aidar é desonesto e que tem provas contra o ex-presidente, que renunciou. O atual presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, promete que Aidar será investigado.

    Ricardo Nogueira - 25.nov.2014/Folhapress
    Carlos Miguel Aidar, ex-presidente do São Paulo
    Carlos Miguel Aidar, ex-presidente do São Paulo

    2 - Atrasos de salários

    O São Paulo também teve problemas com o pagamento dos salários dos jogadores. No primeiro semestre, algumas peças do elenco chegaram a ficar quatro meses sem receber. Em agosto, o Itaú BBA fez uma análise do balanço dos clubes de futebol e informou que o time tricolor se encontra em um dos piores cenários. "Redução de receitas, custos e investimentos elevados sem retorno em campo ou com venda de atletas, dívida elevada para suportar estes investimentos, que gera custos financeiros elevados. E parte disso bancada com adiantamentos, que significa que faltará receita no futuro. O resultado é falta de dinheiro, salários atrasados", disse o Itaú.

    3 - Patrocínio

    Desde agosto de 2014, o São Paulo não tem um patrocinador máster para sua camisa. Tido como exemplo de gestão até pouco tempo atrás, a falta de patrocínio atrapalha a já complicada situação financeira do clube. Para piorar, o clube vê os rivais lucrando alto com a venda de espaços na camisa. O Corinthians recebeu R$ 30 milhões da Caixa neste ano e o Palmeiras, R$ 23 milhões da Crefisa, que, antes de fechar com o clube alviverde, havia recebido proposta do São Paulo, por R$ 20 milhões. À época, a presidente da financeira, Leila Pereira, afirmou que "o São Paulo nos fez uma proposta, mas o projeto do Palmeiras era muito melhor".

    Rubens Cavallari - 19.nov.2015/Folhapress
    Michel Bastos (esq.) comemora um gol pelo São Paulo
    Michel Bastos (esq.) comemora um gol pelo São Paulo

    4 - Trocas de técnicos

    O São Paulo teve cinco trocas de técnicos neste ano, o que mudou o padrão tático da equipe seguidamente. O time começou o ano com Muricy, que teve que se afastar por questões de saúde, em abril. Milton Cruz assumiu o time tricolor, como interino por pouco mais de um mês. Osorio foi apresentado no começo de julho e, com uma filosofia diferente, implantou um sistema de rodízio de titulares. Seduzido pela disputa da Copa do Mundo em 2018, o colombiano deixou o clube, em outubro, e logo deu lugar a Doriva, que com apenas sete jogos foi demitido. Milton Cruz assumiu novamente e a diretoria o garantiu até o fim do ano. Porém, após a goleada contra o Corinthians, o vice-presidente de futebol, Gil Ataíde Guerreiro, afirmou que vai anunciar um novo técnico nesta semana.

    Rubens Cavallari - 5.jul.2015/Folhapress
    O técnico Juan Carlos Osorio, que atualmente comanda a seleção do México
    O técnico Juan Carlos Osorio, que atualmente comanda a seleção do México

    5 - Aposentadoria de Rogério Ceni

    Após a partida contra o Corinthians, o técnico Milton Cruz disse que a liderança de Rogério Ceni dentro de campo fez falta. Porém, com a aposentadoria já definida para o fim desta temporada, o São Paulo terá que seguir a vida sem o goleiro. No atual elenco, ainda não há quem possa substituir a liderança do capitão, batizado de mito pela torcida. Como o São Paulo irá equacionar a perda de seu maior ídolo?

    Julia Chequer - 3.jun.2015/Folhapress
    O goleiro Rogério Ceni, que vai se aposentar no fim deste ano
    O goleiro Rogério Ceni, que vai se aposentar no fim deste ano

    6 - Freguesia em clássicos

    O São Paulo teve péssimo aproveitamento nos clássicos em 2015. Foram 14 jogos, com apenas duas vitórias, três empates e nove derrotas. A equipe tricolor sofreu nada menos que 31 gols e marcou apenas 11. Além do vexame do 6 a 1, no domingo, o São Paulo já havia sido goleado duas vezes pelo Palmeiras, por 3 a 0, no Allianz Parque, pelo Paulista, e por 4 a 0, no mesmo estádio, pelo Brasileiro. Contra o Santos, um 3 a 0, pelo Brasileiro, na Vila Belmiro, e dois 3 a 1 nas semifinais da Copa do Brasil.

    Ricardo Nogueira - 25.mar.2015/Folhapress
    Jogadores do Palmeiras festejam um gol sobre o São Paulo no Campeonato Paulista deste ano
    Jogadores do Palmeiras festejam um gol sobre o São Paulo no Campeonato Paulista deste ano

    7 - Vaga na Libertadores

    Apesar do ano conturbado, o São Paulo está na quarta colocação do Brasileiro, com 56 pontos, e ainda tem boas chances de conseguir uma vaga na Libertadores de 2016. Nas duas últimas rodadas da competição, o time enfrenta o Figueirense, no Morumbi, no próximo sábado (28), e o Goiás, no Serra Dourada, em 6 de dezembro. As duas equipes estão desesperadas na luta contra o rebaixamento. Resta ao São Paulo vencer para salvar a temporada caótica.

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