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    Veja 15 mulheres que se tornaram chefes de governo de seus países

    DE SÃO PAULO

    08/06/2016 09h00

    Com a vitória da ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton selada nas primárias democratas, os Estados Unidos terão pela primeira vez uma mulher como candidata de um grande partido nas eleições presidenciais.

    Se conseguir derrotar o virtual candidato republicano Donald Trump em 8 de novembro, Hillary será a primeira mulher a ocupar o cargo mais importante do mundo e os EUA tirarão o atraso em relação a outros países.

    A existência de mulheres nas chefias de Estados e governos só se tornou comum nos últimos 50 anos. Desde então, elas ocuparam cargos em todo o mundo, apesar das restrições religiosas, ideológicas e sociais.

    Veja abaixo 15 mulheres que foram as pioneiras nos governos de seus países:

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    STR/AFP

    Indira Gandhi (Índia, 1966-1967 e 1980-1984)

    Única primeira-ministra da história da Índia, era filha do primeiro chefe de governo após a independência, Jawaharlal Nehru, de quem foi sua assistente pessoal. Foi eleita deputada em 1959 e sete anos depois virou premiê.

    Conhecida pela centralização do poder, entrou com o Paquistão em guerra que levou à independência de Bangladesh. Foi assassinada em 1984 por seus guardas após pedir ao Exército que derrotasse os insurgentes do Punjab.

    Golda Meir (Israel, 1969-1974)

    Signatária da declaração de independência de Israel, em 1948, foi ministra da Defesa e das Relações Exteriores antes de ser indicada pelo partido Mapai para suceder o primeiro-ministro Levi Eshkol, que morreu meses antes.

    Foi sob seu governo que ocorreu o sequestro dos atletas israelenses na Olimpíada de Munique (1972) —ela deu a ordem para que o Mossad matasse os terroristas— e a Guerra do Yon Kippur (1973) com a Síria.

    María Estela Martínez de Perón (Argentina, 1974-1976)

    Primeira presidente de um país das Américas, assumiu no lugar de seu marido, o líder histórico Juan Domingo Perón, que morreu no cargo. Marcado pela instabilidade, seu mandato foi interrompido pelo golpe militar que levou à última ditadura argentina (1976-1983).

    Margaret Thatcher (Reino Unido, 1979-1990)

    A "Dama de Ferro" ficou conhecida pela sequência de medidas liberais que transformou o Reino Unido —privatizações, desregulamentação do setor financeiro e flexibilização trabalhista, que levou a intensos protestos.

    No campo internacional, comandou a Guerra das Malvinas contra a Argentina e foi uma forte crítica da União Soviética, motivo pelo qual ganhou seu apelido, embora tenha participado da abertura do bloco socialista.

    Foi quem passou mais tempo chefiando o governo britânico desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ela renunciou ao cargo devido às críticas à União Europeia. No próximo dia 23, o Reino Unido passará por referendo sobre a saída do bloco.

    29.nov.2006/AFP

    Corazón Aquino (Filipinas, 1986-1992)

    Líder da revolta que levou à queda da ditadura de Ferdinand Marcos (1965-1986), foi a primeira presidente mulher da Ásia. Mulher do senador Benigno Aquino Jr., morto em 1983 pelo regime, alterou a Constituição e reabriu o Congresso.

    Além da retomada dos direitos civis e humanos retirados pela ditadura, sua administração deu ênfase à solução do conflito com a insurgência comunista. Após passar por diversas tentativas de golpe, conseguiu concluir seu mandato. Ela é mãe do atual presidente filipino, Benigno Aquino 3º.

    Benazir Bhutto (Paquistão, 1988-1990 e 1993-1996)

    Primeira mulher a governar um país islâmico, implementou medidas para tornar a economia paquistanesa mais liberal, mas foi derrubada nas duas vezes por acusações de corrupção contra seu governo.

    Alegando perseguição política, autoexilou-se em Dubai, em 1998. Nove anos depois, ela voltou ao país depois de acordo com o presidente Pervez Musharraf, mas foi assassinada um mês depois por militantes da Al Qaeda.

    Li Muzi - 4.abr.2014/Xinhua

    Helen Clark (Nova Zelândia, 1999-2008)

    Governou o país da Oceania por nove anos, tendo o quinto mandato mais longo da história, implementando programas sociais; diretora da ONU para o desenvolvimento, é candidata à secretaria-geral da instituição neste ano.

    Andrew Kravchenko - 14.mai.2014/Reuters

    Yulia Tymoshenko (Ucrânia, 2005 e 2007-2010)

    É uma das líderes da Revolução Laranja, que desejava uma Ucrânia mais próxima à União Europeia. Em 2011, foi condenada a sete anos de prisão por corrupção e abuso de poder, em sentença criticada pelo Ocidente e ONGs de direitos humanos.

    Após a revolta que levou à queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich, em 2014, tentou voltar ao cargo, mas foi derrotada pelo atual chefe de Estado, Petro Poroshenko.

    Odd Andersen/AFP

    Angela Merkel (Alemanha, 2005-atualidade)

    A democrata-cristã alemã tornou-se a líder europeia e a mulher mais poderosa do mundo nos últimos dez anos. Merkel encampou o combate à crise financeira da Europa e a política econômica da União Europeia no período.

    Criada na antiga Alemanha Oriental, ela virou o principal elo do Ocidente com o presidente russo, Vladimir Putin, inclusive na crise com a Ucrânia. Sua última iniciativa marcante foi a defesa do acolhimento de refugiados.

    Eric Piermont/AFP

    Michelle Bachelet (Chile, 2006-2010 e 2014-atualidade)

    Primeira mulher a ser eleita nas Américas cujos parentes não tinham cargos políticos, a socialista perdeu o pai e foi torturada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1979-1990).

    Teve um primeiro mandato com alta popularidade, chegando a 80% quando deixou o cargo e sendo eleita para segundo mandato em 2013. Porém, teve a reputação abalada pelas acusações de corrupção envolvendo seu filho.

    Afolabi Sotunde - 16.fev.2012/Reuters

    Ellen Johnson-Sirleaf (Libéria, 2006-atualidade)

    Diretora de instituições financeiras na década de 1990, é a primeira mulher a ser eleita presidente na África. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2011 "pela luta não violenta pela segurança e pelos direitos das mulheres".

    Ints Kalnins - 28.fev.2013/Reuters

    Johanna Sigurdardottir (Islândia, 2009-2013)

    A premiê foi a primeira lésbica e pessoa LGBT a ser eleita chefe de governo de um país no mundo. Foi responsável pela superação da crise econômica, mudou a Constituição, proibiu clubes de strip-tease e legalizou o casamento gay. A partir da nova lei, selou a relação com sua mulher, Jonina.

    Kent Gilbert - 28.out.2013/Xinhua

    Laura Chinchilla (Costa Rica, 2010-2014)

    Primeira presidente mulher da América Central, participou na década de 1980 das articulações nos EUA para o acordo que deu fim às guerras na região, mediado por Óscar Arias, de quem foi ministra e vice em seu segundo mandato.

    Com a promessa de melhorar a segurança e a economia, foi eleita em 2010, mas, por não cumprir suas promessas, tornou-se a presidente pior avaliada na América Latina entre 2011 e 2014, com 12% de popularidade.

    Ueslei Marcelino/Reuters

    Dilma Rousseff (Brasil, 2011-atualidade)

    Ex-guerrilheira e torturada durante a ditadura militar (1964-1985), foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul, ministra de Minas e Energia e da Casa Civil antes de ser apontada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser sua sucessora em 2010.

    A petista foi eleita em 2010 e reeleita em 2014. No início de seu segundo governo, no entanto, passou a ser alvo de um processo de impeachment devido a irregularidades fiscais, que levou a seu afastamento em maio passado.

    Eric Piermont/AFP

    Park Geun-hye (Coreia do Sul, 2013-atualidade)

    Filha do ditador Park Chung-hee (1961-1979), responsável pela transformação socioeconômica do país, foi eleita em 2012 com uma política conservadora como a do pai, embora defenda a reunificação da Península Coreana.

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