• Cenários 2017

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    Culto ao ingrediente de qualidade une tendências da gastronomia em 2017

    ALEXANDRA FORBES
    COLUNISTA DA FOLHA

    18/12/2016 02h00

    Aos 12 anos de idade, Flynn McGarry —conhecido como o Justin Bieber da cozinha— servia menus-degustação na casa de seus pais, em Los Angeles, a US$ 50 (R$ 168) por cabeça. Tamanho foi o sucesso que o preço dos jantares logo dobrou e o menino-prodígio, hoje com 16 anos, virou celebridade.

    A onda dos cozinheiros que recebem em casa popularizou-se lá fora há uns quatro anos e está pegando embalo no Brasil. Priscila Sabará, cujo site, FoodPass, vende ingressos para eventos gastronômicos, criou em abril a divisão "Mi Casa, Su Casa" para atender à demanda crescente.

    Em seu portfólio, estão as "casas-restaurante" Lobrobó, Jantar Secreto, Jantar no Centro e Parahaus. Esses cozinheiros amadores oferecem menus para grupos pequenos a um preço médio de R$ 150 por cabeça.

    Em 2017, a crise fará com que outros cozinheiros de fim de semana monetizem seu hobby. Veremos também o fortalecimento da febre da alimentação saudável. O culto ao corpo disseminado com fervor religioso pelas musas fitness nas mídias sociais massificou os alimentos "funcionais". Já tem bar servindo coquetel com couve e chá, e clubes de assinatura de kits de comida sem glúten nem lactose.

    Karime Xavier/Folhapress
    São Paulo, SP, Brasil, 17-112016: Drinque salerno, com gim e pinot grigio. Restaurante Peppino, localizado na R. Jerônimo da Veiga, 30, Itaim (foto Karime Xavier/Folhapress)
    Drinque salerno, com gim e pinot grigio, do restaurante Peppino, no Itaim, em São Paulo

    O novo ano também estreitará o namoro do bar com a cozinha. O chef Grant Achatz causou furor em 2011 ao abrir o The Aviary, em Chicago, onde cada bartender tem sua estação, como em uma cozinha.

    Desde então, mais chefs famosos inauguraram bares, como Daniel Humm (NoMad Bar, Nova York) e Christian Puglisi (Rudo, recém-aberto em Copenhague).

    Em São Paulo, o restaurante Jiquitaia abriu um bar homônimo que coleciona elogios. O chef Greigor Caisley estourou com seu bar Guarita. E Rodolfo de Santis, chef do Nino Cucina, inaugurou há dias o bar Peppino —hit certo. Outros virão.

    O elo condutor dessas tendências é o culto ao ingrediente de qualidade. Tanto para os cozinheiros que recebem em casa quanto para os gurus fitness, chefs e até bartenders, os orgânicos nunca tiveram tanta importância. Quando não têm horta própria, compram de mercados e fazendas que se concentram no alimento local, natural e artesanal. Aí está o futuro.

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