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    Cientistas medem pela 1ª vez a rotação de planeta fora do Sistema Solar

    DA EFE

    01/05/2014 01h55

    L. Calçada/Efe/Eso
    Concepção artística do exoplaneta Beta Pictoris b, que completa o movimento de rotação em cerca de oito horas
    Concepção artística do exoplaneta Beta Pictoris b, que completa o movimento de rotação em cerca de oito horas

    Uma equipe de astrônomos conseguiu medir pela primeira vez a velocidade de rotação de um exoplaneta (fora do Sistema Solar), anunciou nesta quarta-feira o ESO (observatório Europeu do Sul).

    Segundo a instituição, os pesquisadores comprovaram que o exoplaneta Beta Pictoris b demora oito horas em completar o ciclo de um dia ao girar a 100 mil km/h, uma velocidade maior à da Terra, que é de apenas 1.700 km/h, e superior à de qualquer outro planeta do sistema solar.

    O Beta Pictoris b, que orbita ao redor da estrela Beta Pictoris, é 16 vezes maior e tem 3.000 vezes mais massa que a Terra, de onde é visível, apesar de encontrar-se a 63 anos luz, na constelação austral de Pictor.
    Trata-se também um planeta muito jovem que conta com apenas 20 milhões de anos em comparação com os 4,5 bilhões da Terra.

    A equipe de astrônomos holandeses da Universidade de Leiden e do Instituto para a Pesquisa Espacial dos Países Baixos (SRON) utilizou em seu estudo o instrumento CRIRES, instalado no VLT (Very Large Telescope) situado no norte do Chile.

    Segundo explicou o um dos autores do estudo, Remco de Kok, "não se sabe por que alguns planetas giram rápido e outros mais devagar, mas esta primeira medida da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência vista no sistema solar, no qual os planetas mais maciços giram mais depressa, pode aplicar-se aos exoplanetas".

    Os astrônomos também apontaram que, com a passagem do tempo e devido a outros fatores, espera-se que o exoplaneta se esfrie e encolha, o que fará com que gire ainda mais rápido.

    Para esta descoberta, os astrônomos fizeram uso de uma técnica muito precisa chamada espectroscopia de alta dispersão para dividir a luz nas cores que a formam, mediante a aplicação do princípio do efeito Doppler.

    "Utilizando essa técnica nos encontramos com que diferentes partes da superfície do planeta se aproximam ou se afastam de nós a diferentes velocidades, o que só pode significar que o planeta gira ao redor de seu eixo", afirmou o pesquisador Ignas Snellen.

    Esse novo resultado estende aos exoplanetas a relação entre massa e rotação existente no Sistema Solar, e os cientistas preveem que no futuro o uso do E-ELT (European Extremely Large Telescope) permitirá aos astrônomos fazer mapas detalhados destes corpos celestes. EFE

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