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    Pesquisa relaciona brigas à evolução do rosto humano

    RICARDO AGUIAR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/07/2014 01h58

    O atual formato do nosso rosto talvez tenha sido influenciado por brigas de nossos ancestrais. Essa é a teoria de um estudo, publicado recentemente na revista "Biological Reviews", que analisou a estrutura óssea dos australopitecos –hominídeos que viveram entre 4 e 5 milhões de anos atrás.

    A hipótese partiu da observação de que os ossos mais robustos do rosto humano são os mais propensos a serem quebrados por socos.

    Isso é interessante porque a evolução do rosto humano é comumente associada à dieta. Comidas duras teriam influenciado na força e forma de dentes e mandíbula e, consequentemente, da face.

    Mas estudos recentes mostraram que alimentos duros não faziam parte da dieta dos australopitecos. Cientistas da Universidade de Utah, nos EUA, formularam então uma nova teoria, relacionada à violência. As evidências, dizem, estão também nas mãos.

    "As proporções da mão humana que nos permite formar um punho fechado evoluíram aproximadamente no momento em que o rosto dos hominídeos se tornou mais robusto", disse David Carrier, autor do estudo, à Folha.

    "Também observamos que os ossos que se tornaram mais robustos são os que mais sofrem fraturas em brigas de humanos modernos."

    A hipótese de Carrier também explica as diferenças entre os rostos de homens e mulheres, já que a alimentação seria a mesma.

    No entanto, os ossos da face podem ter sido influenciados por outros fatores ao longo da evolução da nossa espécie. "A redução dos caninos e a adoção de uma postura bípede tiveram efeitos na face", diz André Strauss, doutorando do Instituto Max Planck em evolução humana.

    "Além disso, o crânio precisou lidar com o rápido crescimento do cérebro", afirma.

    RICARDO AGUIAR é trainee do 2º programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, com patrocínio institucional da Pfizer

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