• Ciência

    Monday, 29-Apr-2024 06:02:47 -03

    Astrônomo Ronaldo Mourão morre aos 79 anos no Rio

    DE SÃO PAULO

    26/07/2014 18h45

    Autor de mais de 40 livros e com centenas de artigos publicados em periódicos internacionais, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão se graduou em física pela Universidade da Guanabara (atual UERJ) e, em 1967, recebeu o título de doutor pela Universidade de Paris, na França.

    Seus estudos se concentraram nas estrelas duplas e em corpos distantes do Sistema Solar. Foi pesquisador do Observatório Nacional e descobriu uma série de asteroides.
    Apesar da grande experiência no meio acadêmico, o maior sucesso de Mourão foi na divulgação científica.

    Divulgação UFJF
    O astrônomo e divulgador científico Ronaldo Mourão
    O astrônomo e divulgador científico Ronaldo Mourão

    Escreveu sobre astronomia e ciência no "Jornal do Brasil", nas revistas "Superinteressante" e "Ciência Popular" e em vários outros veículos. Mourão elaborou todos os verbetes sobre astronomia e astronáutica do Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1975 e 1986) de Aurélio Buarque de Holanda.

    Ele foi o primeiro vencedor do prêmio José Reis de divulgação científica, o mais importante do Brasil na área.

    "Influenciou minha geração de astrônomos a gostar de astronomia, juntamente com o [americano Carl] Sagan", diz Helio Jaques Rocha-Pinto, 43, astrônomo do Observatório do Valongo, da UFRJ. A carreira de Rocha-Pinto, como tantas, foi influenciada pelo trabalho Ronaldo Mourão.

    "Solidifiquei meu interesse em astronomia enquanto lia o livro dele 'Da Terra às Galáxias'. Tentei contatá-lo quando era adolescente, mas ele não respondeu. Fiquei frustrado com isso, mas depois vim a conhecê-lo pessoalmente. E ainda o considero uma grande influência no que vim a ser."

    O cientista reconhece, contudo, que nem todos os astrônomos tinham o mesmo apreço por Mourão. "Um tanto de inveja pela exposição que ele tinha, me parece."

    O visual de Mourão, com cabelos compridos e suíças (barba na lateral do rosto), era sua marca registrada.

    "No primeiro dia em que fui ao [observatório] Valongo, um senhor que me instruiu na rua falou sobre Mourão, e que eu devia deixar o cabelo crescer também se quisesse me formar em astronomia", conta Rocha-Pinto.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024