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    Primeiras imagens do satélite sino-brasileiro CBERS-4 são divulgadas

    MARCELO NINIO
    DE PEQUIM

    09/12/2014 18h06

    Divulgação/Inpe
    Foto da região de Búzios (RJ) produzida pelo satélite Cbers-4, desenvolvido em parceria do Brasil com a China
    Foto da região de Búzios (RJ) produzida pelo satélite CBERS-4, feito em parceria do Brasil com a China

    Brasil e China assinaram nesta terça (9) uma carta de intenções com o objetivo de dar prosseguimento à cooperação espacial entre os dois países, que fechou um ciclo com o lançamento do satélite CBERS-4, no último domingo.

    Os detalhes do próximo estágio da parceria ainda não estão definidos, mas a princípio a ideia é desenvolver um novo satélite conjunto, o CBERS-4A, semelhante ao anterior, mas que provavelmente terá câmeras de mais alta resolução.

    Nesta terça foram apresentadas as primeiras imagens feitas pelo CBERS-4, na sede da Administração Nacional Espacial da China, em Pequim. O resultado inicial foi considerado muito bom, embora o satélite lançado no domingo ainda esteja em fase de testes no espaço. Somente no próximo sábado o CBERS-4 deverá estar na órbita desejada, a uma altitude de 743 km.

    Marcelo Ninio/Folhapress
    Ministro do MCTI, Clelio Campolina Diniz, aponta para imagem de Búzios feita pelo satélite CBERS-4
    Ministro do MCTI, Clelio Campolina Diniz, aponta para imagem de Búzios feita pelo satélite CBERS-4

    "A qualidade das primeiras imagens demonstra a importância do serviço que esse satélite poderá nos oferecer", disse em Pequim o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina Diniz.

    Com a entrada em operação do CBERS-4, o Brasil volta a ter meios próprios para captar imagens de seu território do espaço, o que não ocorria desde 2010. No ano passado, uma falha no foguete chinês levou à perda do satélite CBERS-3.

    Uma das imagens exibidas nesta terça foi da região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, feita pela câmera brasileira MUX. Ela é uma das duas câmeras brasileiras instaladas no CBERS-4, de um total de quatro.

    As imagens captadas pelo satélite permitem uma série de aplicações, de mapas de queimadas e monitoramento do desflorestamento da Amazônia até estudos de desenvolvimento urbano.

    O ministro Campolina deu a entender que não ficará no governo no próximo ano. Ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, ele disse que se prepara para voltar ao mundo acadêmico. "Não sou político. Estou pronto para voltar à universidade, que é o meu ambiente", disse o ministro.

    A indefinição sobre o nome que ocupará a pasta da Ciência gera incerteza sobre o próximo acordo de cooperação espacial com os chineses, que não gostam de surpresas. No ano passado os dois países estabeleceram um plano decenal para a cooperação espacial, que prevê a continuidade do CBERS. Mas os detalhes ainda estão por ser negociados. Além disso, o novo acordo deverá passar pelo Congresso brasileiro e ter seu orçamento aprovado.

    O custo do programa CBERS para o Brasil, em dez anos, foi de R$ 540 milhões.

    Para o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Braga Coelho, é importante que o próximo estágio da cooperação sino-brasileira não se limite a distribuir as imagens obtidas pelos satélites, mas que desenvolva em conjunto as aplicações que elas podem ter. "A aplicação deve ser definida pelo usuário", disse.

    A permanência de Coelho no cargo no novo governo Dilma também é incerta –vai depender da decisão do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.

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