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    Aldo Rebelo evita polêmica durante cerimônia de posse como ministro

    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    03/01/2015 03h30

    O novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, tentou evitar novas declarações polêmicas sobre "tecnológica poupadora de mão-de-obra" e aquecimento global durante sua posse nesta sexta-feira (2), em Brasília.

    Ex-ministro do Esporte, Rebelo é conhecido por ter defendido posições contrárias aos interesses da comunidade científica enquanto deputado federal.

    Em 1994, por exemplo, ele apresentou projeto de lei para proibir a "adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão de obra".

    Para minimizar o problema, já que está agora diante da responsabilidade de criar políticas para apoiar a pesquisa e a inovação nas universidades e na indústria, o ministro diz que apenas um projeto de sua autoria foi aprovado nesse sentido.

    "Apresentei um projeto que proibia a implantação de bombas automáticas nos postos de gasolina, porque isso não ia ampliar nem a segurança nem o bem estar, em um período de elevado desemprego no Brasil. Contei com apoio do governo Fernando Henrique", disse. "A visão era essa: você não incorpora a tecnologia se ela não é de interesse público", completou.

    Questionado se ainda acredita nesta visão, o ministro desviou: "não é uma posição brasileira. É uma posição adotada por muitos países. Muitos não adotam no espaço público equipamentos que desempreguem, a não ser que haja interesse público nesse aspecto".

    AMBIENTE

    Rebelo também já criticou no passado as políticas de prevenção ao aquecimento global.

    O ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação é responsável pelos relatórios que o Brasil deve apresentar ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), que monitora a evolução do problema no planeta.

    "Não tenho nenhuma posição polêmica em relação ao aquecimento global. A polêmica existe independentemente da minha opinião. Eu acompanho o debate, como é meu dever de homem público", afirmou.

    CORTES

    Para tentar amenizar os efeitos do corte de orçamento sobre a pasta, Rebelo disse que "irá lutar" para recompor investimentos, principalmente com relação ao FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

    Isso seria feito ao viabilizar "novas fontes de arrecadação que compensem e suplantem as perdas na composição do fundo".

    O ministro não informou qual é o valor que será arrecadado por meio das "novas fontes" e nem exemplificou os caminhos que serão buscados para isso.

    Aldo Rebelo substituindo Clelio Campolina Diniz, engenheiro mecânico, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que estava no cargo desde março de 2014.

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