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    Cientistas competem pela foto mais bonita; veja imagens

    GABRIEL ALVES
    DE SÃO PAULO

    20/01/2015 02h03

    Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão –ou um microscópio de preço milionário. Ao mesmo tempo em que supercâmeras e supermicroscópios ajudam a enxergar a natureza cada vez melhor, elas abrem a oportunidade de cientistas debutarem como artistas e exporem sua obra.

    As imagens capturadas pelo microscópio eletrônico de varredura do Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, em São Carlos, financiado pela Fapesp (fundação estadual paulista para a pesquisa), já estiveram em exposições nos EUA e Europa, por exemplo.

    O aparelho, que custou R$ 2,5 milhões e pesa uma tonelada, permite investigar materiais como semicondutores. Para fazer "nanoarte", os cientistas colorem as imagens.

    Outro financiador, o CNPq (órgão federal de fomento), criou até um concurso de fotografia científica, cuja última edição premiou Osvaldo Cintho, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, cuja obra está no topo desta página. Na sua pesquisa em engenharia de materiais, o pesquisador observou cromo metálico sobre óxido de alumínio.

    No seu trabalho, ele estava vendo o material de cima, "como uma imagem de satélite". Então pensou que se inclinasse a amostra e girasse a base do microscópio, poderia fazer uma paisagem, com "montanhas" e "céu".

    A sacada deu origem à foto que batizou de "Superfície extraterrestre". "Brinco que meu orientando de mestrado preparou a amostra, e eu pedi para ela sorrir", diz.

    O microscópio usado por Cintho custa R$ 500 mil, mas isso não quer dizer que as fotografias tradicionais, com câmeras, sejam menos valorizadas pelos cientistas.

    O biólogo Carlos Jared, do Instituto Butantan, capturou a imagem na zona da mata baiana que batizou de "Explosão Reprodutiva" –várias pererecas em coito. A imagem está em exposição permanente no Butantan e, junto com outras, já passou por estações do metrô de São Paulo.

    Apaixonado pelas imagens –"quando fotografo a natureza, um balaio de sentimentos me aflora", diz–, ele utiliza uma Nikon D4S, que chega a custar R$ 30 mil. Além disso, utiliza lentes objetivas que podem custar até R$ 8 mil.

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