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    Ressonância magnética detecta diferenças em cérebro autista

    RAFAEL GARCIA
    DE SÃO PAULO

    27/03/2015 02h04

    Pesquisadores usando uma nova técnica de imagem por ressonância magnética relataram ter conseguido enxergar pela primeira vez diferenças anatômicas e funcionais em cérebros de autistas. Regiões implicadas em expressão facial e empatia estão implicadas no transtorno.

    Já se sabia por estudos em cérebros de pessoas mortas que uma parcela da população autista tem o córtex –a camada de superfície do cérebro– mais espessa do que a população normal. Mas não se sabia ainda como isso se manifestava no funcionamento do cérebro.

    O novo estudo, liderado por Jianfeng Feng, da Universidade de Warwick, na Inglaterra, conseguiu uma resolução sem precedentes para estudos funcionais do cérebro. Nesse tipo de trabalho, a ressonância magnética é usada para produzir pequenos "filmes" do cérebro em ação.

    Com uma nova técnica de geração das imagens, Feng conseguiu separar cérebros humanos em mais de 37 mil áreas distintas, que poderiam ser analisadas independentemente. Para o estudo sobre autismo, os cientistas compararam resultados da análise do cérebro de 523 pessoas autistas com 452 não autistas.

    TEORIA DA MENTE

    As principais diferenças encontradas estavam em áreas visuais do córtex ligadas à produção de expressões faciais e à chamada "teoria da mente": a habilidade de tentar entender emoções de outras pessoas e de si próprio e de criar empatia.

    Algumas partes do cérebro relacionadas à sensação do self –a noção de presença de um eu dentro do corpo–, também estavam subativadas durante as análises de Feng.

    O cientista e seu grupo descrevem suas descobertas em um estudo na revista "Brain". O trabalho sugere que o novo método também pode ser usado para isolar áreas cerebrais envolvidas em Transtorno Obsessivo Compulsivo e esquizofrenia, outras doenças mal compreendidas do ponto de vista funcional.

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