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    Droga anticâncer consegue adiar sinais de alzheimer em roedores

    DE SÃO PAULO

    15/04/2015 11h35

    Cientistas conseguiram, em roedores, uma reversão de um quadro de alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, utilizando uma droga que está sendo tesada contra câncer.

    Esse trabalho foi realizado na Universidade de Duke (EUA) e publicado nesta quarta (15) no periódico científico "Journal of Neuroscience".

    Para realizar o estudo, foram criados camundongos manipulados geneticamente para terem genes que levassem ao desenvolvimento da doença. Esses camundongos apresentam características semelhantes aos humanos: alterações comportamentais, perdas de neurônios e placas neuríticas –causadas pelo acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro.

    Carol Colton lab/Universidade Duke
    Em modelo animal de alzheimer, células do sistema imune ficam ativas (em preto na imagem) e consomem o nutriente chamado arginina
    Em modelo de alzheimer, células imunológicas ficam ativas (em preto) e consomem o nutriente arginina

    A ideia era observar esses camundongos e acompanhar o desenvolvimento da doença. O grande achado do estudo é que o mal de Alzheimer pode ter como uma de suas causas uma falha no funcionamento de células imunológicas. Quando os cientistas viram o perfil genético de uma célula imunológica presente no cérebro, a microglia, viram que ela estava suprimida.

    Segundo Matthew Kan, principal autor do estudo, esse resultado não era exatamente o que se esperava. Os cientistas imaginavam que seria uma atividade exacerbada do sistema imunológico a candidata a promover o aparecimento da doença.

    Eles também viram um aumento anormal nos níveis da enzima arginase nas mesmas regiões do cérebro onde neurônios estavam morrendo.

    Injetando um bloqueador da atividade da arginase (DFMO) no modelo animal como tratamento preventivo fez com que houvesse um retardo no início dos sinais e com que os animais tivessem um desempenho melhor em testes de memória.

    O DFMO está sendo usado em estudos clínicos contra o câncer de colo e de bexiga, por exemplo.

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