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    Aumento no número de drones provoca 'inimizade' com animais

    DO "NEW YORK TIMES"

    09/11/2015 02h00

    Era uma manhã ensolarada de outubro de 2014 quando Christopher Schmidt andava por um parque público às margens do rio Charles, em Cambridge, Massachusetts (EUA). Em busca de uma vista melhor, ele lançou seu drone, equipado com câmera.

    Então, observou o seguinte: um gavião jovem circulou o aparelho e, em poucos segundos, mergulhou com as asas, o rabo e as garras abertas -ele agarrou o drone durante o voo. Schmidt desligou as hélices e o pássaro foi embora, sem ferimentos aparentes. A máquina caiu com uma torção no trem de pouso.

    Schmidt, um desenvolvedor de software de 31 anos, postou o encontro no YouTube. Até o momento o vídeo já foi visto mais de 5 milhões de vezes, mas está longe de ser a única evidência de confronto entre animais e veículos aéreos não tripulados.

    Em outros vídeos, falcões-do-mar, gralhas, gaivotas e gansos perseguem e atacam drones em pleno ar. Com um salto e um soco, um canguru derruba um no chão. Um guepardo persegue, salta e destrói outra máquina.

    À medida que os drones se tornam menores, mais baratos e fáceis de operar, os animais encaram cada vez mais esses paparazzi voadores.

    Durante uma conferência recente, Rich Swayze, da FAA (agência federal de aviação), estimou que um milhão de drones serão vendidos nos EUA neste Natal.

    Mesmo assim, o órgão ainda não publicou uma regulamentação oficial para o uso comercial dos drones. Já os usuários recreativos foram encorajados a seguir diretrizes de segurança básicas, que praticamente não mencionam os animais.

    FOCAS

    Os usuários recreativos dos drones já afastaram focas e seus filhotes para dentro do mar e assustaram furões que mergulharam nas águas de Morro Bay, afirmou Scott Kathey, coordenador de regulamentação federal do Santuário Marinho Nacional da Baía de Monterey, na Califórnia. Em junho do ano passado, o Serviço Nacional de Parques proibiu o uso de veículos aéreos não tripulados nos parques, em parte porque eles incomodam os carneiros selvagens e outros animais.

    Essas interações alarmaram os biólogos especializados em animais silvestres - especialmente à medida que mais e mais cientistas têm usado os drones para estudar animais. Os aparelhos frequentemente são mais seguros, leves e baratos e geralmente causam menos incômodo que helicópteros, jipes ou barcos, por exemplo.

    Os drones ajudaram os cientistas a pesquisar pinguins, focas-leopardo, garças e dugongos. Na Patagônia, os cientistas usam as máquinas para coletar a água e o muco lançados pelas baleias para monitorar sua saúde.

    Os cientistas estão começando a avaliar os riscos e benefícios, mas ficou claro que tudo depende das espécies estudadas e de como os drones são utilizados.

    Pássaros territoriais, como os gaviões, corvos e gaivotas provavelmente vão atacar os drones, por exemplo.

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