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    Células-tronco que iriam pro lixo podem reduzir uso de animais

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    09/12/2015 02h00

    O uso de células-tronco adultas vem sendo testado por um grupo de cientistas da Fiocruz Paraná para reduzir ou eliminar a necessidade do uso de animais em testes de medicamentos e fármacos, com bons resultados.

    Os biólogos abriram um pedido de patente da técnica em outubro. Caso ele seja aceito, a metodologia será de domínio público e poderá ser usada sem custos por outros pesquisadores no mundo.

    "O objetivo final é evitar completamente o uso de animais. Tudo caminha para isso", diz o pesquisador Bruno Dallagiovanna, que coordena o Laboratório de Biologia Básica de Células-Tronco da Fiocruz Paraná.

    As células usadas na pesquisa vêm de clínicas estéticas, que cedem o material extraído de lipoaspirações e outros procedimentos com autorização dos pacientes.

    Essa célula, explica Dallagiovanna, por ser humana e adulta, reproduz de forma mais precisa os efeitos das drogas nos pacientes –até melhor do que ocorre nos testes com animais, afirma.

    "Elas são mais sensíveis e mais acuradas, têm um efeito mais real do que um teste com animal", diz o biólogo.

    No experimento, realizado ao longo dos últimos dois anos, as células são submetidas a uma série de substâncias químicas já testadas em animais, com diferentes níveis de toxicidade.

    Foram realizados testes com doze substâncias químicas, e os resultados dos níveis de toxicidade foram os mesmos dos testes com animais.

    "Isso ainda não permite eliminar o uso dos animais. Mas já daria para utilizar uma quantidade muito menor deles", diz Dallagiovanna.

    Novos testes com outros tipos de células-tronco, obtidas com modificações em laboratório, estão sendo conduzidos pelo grupo. A ideia é testar drogas para o coração, por exemplo, em células cardíacas, obtendo alto grau de precisão sobre seus efeitos.

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