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    Mudança climática causou extinção de réptil marinho com cara de golfinho

    DE SÃO PAULO

    09/03/2016 13h34

    Andrey Atuchin
    Concepção artística dos icitossauros, répteis marinhos que sumiram há cerca de 90 milhões de anos, quase 30 milhões de anos antes dos dinossauros
    Concepção artística dos ictiossauros, que sumiram há 90 milhões de anos, 30 mi antes dos dinossauros

    Apesar de bem adaptado ao ambiente marinho e –aparentemente– bem-sucedido nos períodos Triássico e Jurássico, um réptil muito parecido com os golfinhos atuais se tornou extinto há 90 milhões de anos, quase 30 milhões de anos antes do fim dos dinossauros, no fim do período Cretáceo.

    A dúvida era o porquê, já que essa extinção não poderia ser ligada a um evento como um meteorito ou a erupção de um vulcão.

    A competição com outros répteis marinhos e a escassez de alimentos já haviam sido apontadas como possíveis causas desse sumiço precoce, mas um novo publicado na nesta segunda-feira (8) na revista científica "Nature Communications" conclui que a culpada foi a mudança climática.

    Valentin Fischer e colegas, da Universidade de Liege, na Bélgica, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, entre outras instituições, conseguiram estimar a diversidade dos ictiossauros ao longo do tempo e correlacionaram os resultados com dados do ambiente, como mudanças do nível do mar e o balanço químico dos oceanos.

    Eles então descobriram que esses bichos eram altamente diversos no início do Cretáceo –com mais espécies, formatos de corpo e nichos ecológicos.

    Já os últimos ictiossauros tinham uma baixa taxa evolutiva –ou seja, sua velocidade de incorporação de mudanças era menor.
    Esses dados dão suporte para a tese de que mudanças climáticas do Cretáceo –grandes variações da temperatura e nos níveis do mar, por exemplo –foram as principais culpadas pelo desaparecimento dos animais, junto com sua evolução mais lenta –uma falha em desenvolver novas características e de adaptar-se ao novo ambiente.

    Ou seja, cai por terra a hipótese de que esses répteis com cara de golfinho teriam sido superados por outros répteis marinhos ou peixes.

    O estudo também identificou um evento há cerca de 100 milhões de anos como também um corresponsável pela redução da diversidade dos animais. Dessa forma, o processo de desaparecimento teria ocorrido em duas etapas.

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