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    Telescópio caçador de planetas flagra explosão de estrela

    DE SÃO PAULO

    23/03/2016 02h00

    Pela primeira vez, a onda de choque que emana de uma estrela explodindo foi capturada em luz visível pelo telescópio caçador de planetas Kepler, da Nasa, um "marco investigativo para os astrônomos", afirmou a agência espacial americana.

    Uma equipe internacional liderada por Peter Peter Garnavich, professor de astrofísica da Universidade de Notre Dame, em Indiana, analisou durante um período de três anos a luz capturada pelo Kepler, a cada 30 minutos, de 500 galáxias distantes e 50 trilhões de estrelas.

    O alvo da busca eram sinais da detonação explosiva de uma estrela gigante, conhecida como supernova.

    NASA Ames, STScI/G. Bacon
    Momento em que a estrela supervermelha gigante explode, registrado pelo telescópio Kepler
    Momento em que a estrela supergigante vermelha explode, registrado pelo telescópio Kepler

    O choque foi registrado pelo telescópio Kepler em 2011, mas só agora analisado e revelado. A estrela que terminou sua vida como supernova foi batizada de KSN 2011d, tinha 500 vezes o diâmetro do Sol e estava localizada a 1,2 bilhão de anos-luz.

    O choque em si durou apenas 20 minutos. "Para enxergar algo assim, você precisa ter uma câmera monitorando o céu continuamente", disse Garnavich. "Você não sabe quando uma supernova vai surgir e a vigilância do Kepler nos permitiu testemunhar quando a explosão começou."

    Supernovas como essa –conhecidas como tipo 2– começam quando a caldeira interna e uma estrela fica sem combustível nuclear, fazendo com que seu centro colapse e a gravidade tome conta.
    Um artigo que descreve a descoberta foi aceito para publicação na revista científica "Astrophysical Journal".

    A captura de eventos do tipo pode ajudar a entender sua causa e a própria origem da vida. "Todos os elementos pesados do Universo vêm de explosões de supernovas, como prata, níquel e cobre. A vida existe por causa das supernovas", disse Steve Howell, cientista da Nasa.

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