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    Cientistas detectam em cometa matérias-primas para a vida

    DA FRANCE PRESSE

    30/05/2016 02h08

    Cientistas conseguiram detectar em um cometa a presença de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina – um aminoácido – e o fósforo, segundo um novo estudo.

    O achado foi realizado no 67P/Churyumov-Gerasimenko. O cometa foi descoberto no fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos e, em 2014, um módulo que se desprendeu da sonda Rosetta pousou em sua superfície, num feito inédito.

    Ainda que tenha sido detectada a presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira vez estes que são encontrados estes elementos, essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.

    ESA
    Imagem obtida pela sonda Rosetta do cometa Churyumov-Gerasimenko
    Imagem obtida pela sonda Rosetta do cometa Churyumov-Gerasimenko

    Os resultados desta investigação, obtidos graças a Rosina, espectrômetro da sonda Rosetta, foram publicados na revista "Science Advances".

    Traços de glicina, necessários para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004.

    Mas, naquele momento, os cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras terem sido contaminadas de alguma maneira durante a análise feita na Terra.

    O achado agora permite confirmar a existência de glicina e fósforo nos cometas.

    "Trata-se da primeira detecção com total certeza de glicina na atmosfera de um cometa", assinalou a cientista Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna (Suíça), chefe do projeto Rosina e autora do trabalho.

    Já a origem do fósforo detectado na fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada com exatidão, acrescentou a investigação.

    "Demonstrar que os cometas são reservatórios de materiais primitivos do sistema solar e que eles podem transportar esses ingredientes-chave para a vida na Terra é um dos principais objetivos da Rosetta", assinalou o cientista encarregado desta missão, Matt Taylor.

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