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    Com quatro meses de atraso, governo nomeia novo diretor do Inpe

    DE SÃO PAULO

    22/09/2016 13h07

    Após quatro meses de atraso, o novo diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foi oficializado nesta quinta-feira (22).

    Trata-se de Ricardo Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Física, membro do conselho da Sociedade Europeia de Física e ex-diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

    A nomeação foi publicada na edição desta quinta do "Diário Oficial da União".

    Um dos principais desafios de Galvão deve ser lidar com a reposição de funcionários administrativos, que estão se aposentando em uma taxa mais rápida que a de novas contratações.

    Outro deve ser a definição do rumo do programa espacial brasileiro, que sofreu grande revés em 2003 com a explosão três dias antes do lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), quando 21 trabalhadores civis morreram.

    Conforme a Folha mostrou na última quarta-feira (21), a demora na oficialização da mudança de comando trouxe um clima de insegurança à instituição, segundo alguns pesquisadores. O mandato do agora ex-diretor, o engenheiro Leonel Perondi, teria terminado em maio, quatro anos após assumir o cargo, em 2012.

    O processo de escolha do novo diretor se iniciou em janeiro, com a formação de um comitê responsável por enviar uma lista tríplice ao MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), ao qual o Inpe é vinculado.

    À Folha, membros e ex-dirigentes da instituição reclamaram da demora na nomeação.

    O ex-diretor do Inpe Gilberto Câmara, especialista em geoinformática, especulou que o atraso possa ter a ver com um possível desprestígio do ministro do MCTIC, Gilberto Kassab (PSD), frente à Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha (PMDB).

    "Vivemos uma situação de limbo. O MCTIC anunciou o novo diretor, mas essa nomeação não sai. Parece um pouco de descaso com a ciência e a tecnologia", afirmou. "A explicação é que o governo não anda".

    Para o pesquisador Acioli de Olivo, o motivo pode ter sido a falta de apoio parlamentar. "Eles estão atendendo ao interesse da base aliada –e não tem como aparelhar o Inpe."

    "A demora também pode se dever às mudanças de ministro, foram três nos últimos meses. Também há um rito, um escrutínio do candidato escolhido", disse o ex-diretor Leonel Perondi.

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