• Ciência

    Thursday, 02-May-2024 10:37:48 -03
    BBC

    O que é e o que pode causar o imenso 'buraco' que a Nasa encontrou no Sol

    DA BBC BRASIL

    13/12/2016 12h02

    Laboratório de Dinâmica Solar da Nasa
    O tamanho do buraco coronal é "substancial", afirma a agência espacial americana
    O tamanho do buraco coronal é "substancial", afirma a agência espacial americana

    Normalmente, as ocorrências termofísicas do Sol e suas consequências são de uma magnitude que intriga e confunde cientistas. E o que está acontecendo atualmente não tem sido diferente e tem desafiado a compreensão de especialistas.

    Correntes de vento solar –partículas carregadas expulsas da atmosfera solar– que podem chegar a uma velocidade de 400 km por segundo, o equivalente a 1,5 milhão de km por hora, têm ocorrido em velocidades duas vezes maiores.

    Isso se deve aos chamados buracos coronais –fenômeno astronômico que ocorre na coroa (envoltório luminoso) do sol de tempos em tempos– quando os ventos passam a ser muito mais intensos: sua velocidade pode atingir 800 km por segundo.

    Foi justamente um buraco coronal que o Observatório de Dinâmica Solar da Agência Espacial Americana (Nasa) detectou há alguns dias.

    Foi captado graças a uma luz ultravioleta particularmente intensa que o olho humano não pode ver. É preto e, na verdade, não é um buraco.

    TAMANHO SUBSTANCIAL

    Segundo explicação da Nasa, esse fenômeno é causado por áreas abertas do campo magnético do Sol por onde são expulsas para o espaço as correntes de vento solar que se movem em alta velocidade.

    Nas áreas da coroa do sol, a densidade e temperatura são menores do que na superfície solar.

    O comprimento dos buracos é variável, mudando de uma semana para outra. Neste período, a emissão de correntes de vento solar se mantém constante.

    Tendem a ocorrer com maior frequência em anos subsequentes ao momento em que ocorre o máximo solar –o período de maior atividade do Sol em seu ciclo, que normalmente dura 11 anos.

    A dimensão destes fenômenos é considerável. Às vezes, eles podem ocupar um quarto da superfície do Sol.

    Desta vez, a Nasa descreveu o buraco que acaba de descobrir como "substancial".

    No ano passado, foi detectado um dos maiores que foram vistos em décadas. Ele foi localizado perto do pólo sul e cobria aproximadamente 8% da superfície da estrela, o que representa bilhões de quilômetros quadrados.

    O QUE PODE ACONTECER?

    Se espera que, nos próximos dias, as partículas solares que se desprenderam da imensa estrela comecem a chegar à Terra.

    Quando as correntes chegam ao nosso planeta, as partículas atingem a magnetosfera terrestre e interagem com ela.

    A magnetosfera é uma região em torno da Terra cujo campo magnético desvia a maior parte do vento solar formando um escudo protetor contra as partículas carregadas de alta energia vinda do Sol.

    Segundo a Nasa, uma das consequências deste fenômeno é que ocorram auroras polares.

    Thinkstock
    As auroras polares são possíveis consequências dos buracos coronais
    As auroras polares são possíveis consequências dos buracos coronais

    A interação das partículas solares com a Terra também pode afetar o funcionamento dos satélites espaciais que orbitam nosso planeta e as atividades que eles regulam.

    Isso, porém, ocorre com pouca frequência.

    A magnetosfera protege nosso planeta da maioria das partículas emitidas pelo Sol. Assim, para os habitantes do planeta, não há maiores riscos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024