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Ciência
Thursday, 02-May-2024 20:15:29 -03Google cria prêmio milionário para quem levar minijipe à Lua primeiro
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA01/01/2017 02h02
Em movimentações que parecem o agito no grid de largada que antecede as corridas de Fórmula 1, diversas equipes espalhadas pelo mundo se preparam para fazer em 2017 uma disputa inusitada: ganha quem chegar primeiro à Lua.
Trata-se do Prêmio X Lunar Google (GLXP), patrocinado pela gigante da internet para fomentar o desenvolvimento de tecnologias espaciais de baixo custo e a exploração do satélite natural da Terra.
A maior bolada –US$ 20 milhões– vai para o primeiro grupo que conseguir pousar na Lua um módulo robótico capaz de se deslocar por no mínimo 500 metros pela superfície e transmitir vídeos e fotos em alta definição de lá.
O segundo colocado, se houver, não sairá de mãos abanando; levará US$ 5 milhões. É importante colocar esses valores em perspectiva, porém. O preço de tabela para o lançamento de um foguete Falcon 9, da SpaceX –o mais barato do mercado com capacidade para levar uma carga útil até a Lua–, não sai por menos que US$ 62 milhões.
E as regras da premiação exigem que 90% do financiamento do projeto seja privado. Ou seja, as equipes precisam ter um plano de negócios que justifique o investimento todo na missão.
Isso explica a intensa movimentação no grid até o último dia de 2016: das 16 equipes atualmente inscritas (antes eram 29), apenas 5 conseguiram apresentar contratos de lançamento. E como o contrato assinado até o fim do ano é pré-condição para seguir na disputa, várias delas estão se associando.
É o caso da brasileira SpaceMETA, liderada pelo engenheiro Sergio Cavalcanti. Ela chegou a ter um acordo assinado para usar o primeiro voo do foguete Cyclone-4 a partir de Alcântara, mas o lançador se desmaterializou com o cancelamento da parceria entre brasileiros e ucranianos.
Agora, para ter alguma chance, ela e outras três equipes tentam se reunir num grupo em torno do grupo internacional Synergy Moon. "Montamos a estratégia de desaparecer e reaparecer com um time global", disse Cavalcanti à Folha. Detalhe: o contrato da Synergy, embora reconhecido pelos juízes do GLXP, envolve um foguete ainda não testado sequer uma vez em voo.
Movimento similar de emparceiramento de última hora fez a equipe japonesa Hakuto, que se juntou à indiana Team Indus para viajar junto com ela. Mas nesse caso a chance de sucesso é bem maior: elas têm voo assegurado no foguete indiano PSLV –lançador que inclusive já realizou uma missão lunar, a Chandrayaan-1. (Será esse mesmo lançador que levará a Garatéa-L, primeira missão lunar brasileira, em 2020.)
Quando a premiação foi anunciada, em 2007, a linha de chegada era 31 de dezembro de 2012 –mas nenhuma equipe teria condições de cumprir o prazo.
Na lista dos que têm contratos com foguetes já testados para voo, a israelense SpaceIL desponta como uma potencial favorita: deve voar num Falcon 9 no segundo semestre de 2017.A equipe alemã PartTime Scientists, que tem apoio da Audi, alega ter contrato similar, mas ele ainda não foi reconhecido pela organização do prêmio –o que pode tirar a equipe da disputa. Outro time forte é o americano Moon Express, que tem planos de fazer futura mineração lunar.
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Objetivos
> Pousar suavemente uma espaçonave na Lua
> Viajar 500 metros no solo lunar
> Enviar fotos e vídeos em alta definição
Prêmios
1º colocado - US$ 20 milhões
2º colocado - US$ 5 milhões
Prêmios-bônus - US$ 5 milhõesPrazo final
31 de dezembro de 2017
Equipes
> Team SpaceIL (Israel)
> Team Indus (Índia)
> Part-Time Scientists (Alemanha)
> Moon Express (EUA)
> Synergy Moon (internacional)
> STELLAR (EUA)
> Independence-X (Malásia)
> Omega Envoy (EUA)
> Euroluna (internacional)
> Hakuto (Japão)
> Astrobotic (EUA)
> Team Puli (Hungria)
> SpaceMETA (Brasil)
> Team Plan B (Canadá)
> AngelicvM (Chile)
> Team Italia (Itália)Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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