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    Biodiversidade marinha na Terra não foi incitada por meteoritos, diz estudo

    DA FRANCE PRESSE

    25/01/2017 14h23

    NOAA's National Ocean Service/Flickr
    Nudibrânquios, moluscos gastrópodes
    Nudibrânquios, moluscos gastrópodes

    A explosão de vida oceânica há 471 milhões de anos não foi provocada por um bombardeio de meteoritos, revela um estudo divulgado nesta terça-feira (24), desafiando a teoria predominante sobre o evento.

    Sem oferecer uma explicação alternativa para o que é conhecido como o Grande Evento de Biodiversificação do Ordoviciano (Gobe), pesquisadores da Suécia e da Dinamarca disseram que a expansão de criaturas começou 2 milhões de anos antes do bombardeio de rochas espaciais.

    A conclusão foi baseada na datação de sedimentos de meteoritos na Suécia.

    "Este estudo mostra que os dois fenômenos não estão relacionados", escreveram os pesquisadores na revista científica "Nature Communications".

    Para o coautor do estudo Anders Lindskog, da Universidade de Lund na Suécia, os dados mostraram que "não há influência 'extraterrestre' mensurável na biodiversidade" nos oceanos da Terra.

    O Gobe, que expandiu enormemente a diversidade da vida marinha, começou cerca de 70 milhões de anos após a primeira explosão de vida na Terra, durante o período Cambriano, há cerca de 540 milhões de anos.

    Alguns cientistas afirmam que o evento do Ordoviciano foi provocado por uma colisão de objetos no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, fazendo chover fragmentos no nosso planeta.

    Tal bombardeio pode ter mudado o ambiente justo o suficiente para estimular a diversificação da vida existente, segundo a teoria.

    A questão do que causou essa diversificação continua em aberto, mas Lindskog especula que se tratou provavelmente de uma combinação de eventos e processos.

    "É razoável que os níveis muito altos do mar que prevaleceram durante o Ordoviciano simplesmente ofereceram mais espaço para a vida prosperar", disse à AFP.

    "Combinando esse fator com a presença de muitos pequenos continentes (permitindo mais faunas endêmicas) e as mudanças climáticas benéficas (provavelmente resfriamento), temos uma boa 'receita' para a biodiversificação", afirmou o pesquisador por e-mail.

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