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    Edição gênica recebe apoio de grupo de cientistas dos EUA

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    15/02/2017 02h00

    Mike Towber/Flickr
    Com o Crispr-Cas9, cientistas têm conseguido manipular genes de forma mais rápida e eficiente
    Com o Crispr-Cas9, cientistas têm conseguido manipular genes de forma mais rápida e eficiente

    Os cientistas estão aceitando mais a ideia de manipulação genética de embriões, óvulos e espermatozoides. Isso, porém, só seria aceito para evitar que crianças nasçam com doenças hereditárias, quando não houver outras "alternativas razoáveis" e somente se existir um plano para mapear os efeitos da prática por múltiplas gerações.

    A nova posição em relação à manipulação gênica foi exposta em um relatório apresentado nesta terça-feira (14) pela Academia Nacional de Ciências e a Academia Nacional de Medicina, ambas entidades dos EUA.

    "É uma possibilidade real que merece considerações sérias", afirma o relatório.

    "Antes era fácil as pessoas falarem que o procedimento não era possível e não era necessário pensar sobre isso", diz Richard Hynes, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e um dos responsáveis pelo relatório. "No entanto, agora vemos que há formas de fazer isso, então, temos que garantir que a técnica será usada para os fins corretos."

    Com os avanços na tecnologia conhecida por Crispr-Cas9, cientistas têm conseguido manipular genes de forma mais rápida e eficiente.

    O uso da edição do genoma já está sendo planejado para testes clínicos, ainda neste ano, em pacientes adultos com doenças como câncer e cegueira –contudo, a prática hoje é proibida em humanos.

    Nesses casos, as modificações no DNA não seriam hereditárias, ou seja, não seriam passadas para possíveis descendentes dos pacientes.

    A preocupação de muitos cientistas é a utilização do procedimento para aprimorar, por exemplo, inteligência, beleza e características físicas específicas.

    Além disso, quando realizadas em células germinativas (como óvulos), as alterações podem ser passadas para gerações seguintes, o que levanta uma questão ética.

    Cientistas que temem a técnica falam em uma sociedade distópica divida entre seres "melhorados" e os que não podem pagar por isso.

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