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O sistema planetário Trappist-1, com sete planetas |
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Ciência
Saturday, 04-May-2024 09:59:23 -03Viagem até novo sistema planetário duraria cerca de 700 mil anos
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA22/02/2017 22h50
A distância até o sistema planetário Trappist-1 é uma ninharia do ponto de vista astronômico –o que são 40 anos-luz numa galáxia com mais de 100 mil anos-luz de diâmetro?
Contudo, é bom não manter grandes esperanças de que a humanidade possa um dia visitar esses mundos intrigantes. Perto de nossas escalas usuais de medida, mesmo um único ano-luz é uma distância fabulosamente imensa. Definido como a distância que a luz atravessa no vácuo em um ano, ele equivale mais ou menos a 9,5 trilhões de km.
A Voyager-1, sonda mais distante já construída pelo homem, lançada em 1977, está a meras horas-luz daqui. E a tecnologia de foguetes, ao menos em termos de velocidade, não evoluiu muito de lá para cá.
Seguindo no passinho da Voyager, ir até Trappist-1 é em essência impossível. Ou, para manter o rigor, extremamente moroso. O tempo de viagem seria de cerca de 700 mil anos.
Outros planetas potencialmente habitáveis
PRAZER EM CONHECER
Talvez tecnologias mais sofisticadas possam ser desenvolvidas no futuro para cobrir essas distâncias. Mas definitivamente não é para já.
Mesmo os projetos mais arrojados voltados para a criação de missões interestelares, como o projeto Starshot, anunciado no ano passado, estão focados em ir apenas até o sistema estelar mais próximo, Alfa Centauri –dez vezes mais perto que Trappist-1.
Isso pode soar frustrante. Mas aí é questão de olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Muito mais frustrante foram os últimos quatro séculos, em que pensadores e cientistas apenas especulavam sobre planetas fora do Sistema Solar, sem sequer saber se eles existiam ou não.
Desde 1995, ano em que descobrimos o primeiro planeta a orbitar uma estrela similar ao Sol, o ritmo de novas revelações tem sido estonteante e acelerado. São agora milhares os mundos extra-solares conhecidos. E vem mais por aí.
Há muito que se pode aprender sobre os exoplanetas sem sair de casa. Graças a todas as suas peculiaridades, o Trappist-1 já é um dos sistemas mais bem caracterizados que temos em nossos catálogos. Por conta de seus padrões orbitais, os cientistas conseguiram identificar não só o diâmetro dos planetas, mas também uma estimativa –ainda a aprimorar– de suas massas.
Com massa e volume, temos a densidade e já podemos especular de maneira informada sobre sua composição básica. Isso agora.
Os telescópios seguem evoluindo. Em seguida investigaremos as atmosferas, quem sabe até possamos detectar vida. E há quem já fale de tecnologias futuristas –mas ao nosso alcance– para tirar fotos desses mundos distantes, quem sabe até mapeando seus oceanos e continentes, se eles os tiverem.
Uma viagem até Trappist-1 no momento é, francamente, carta fora do baralho. Mas nada nos impede de irmos aprimorando cada vez mais os cartões postais que vêm de lá.
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