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    Marcha pela Ciência leva milhares às ruas em atos pelo mundo

    DA REUTERS

    22/04/2017 14h36

    Milhares de cientistas e simpatizantes da causa saíram às ruas neste sábado (22) em dezenas de países uma marcha descrita pelos organizadores como "uma celebração da ciência", para se opor ao que enxergam como um crescente descaso com o conhecimento baseado em evidências.

    Nesta manhã, os manifestantes se reuniram em diferentes cidades dos EUA, como Washington e Nova York, e em países como Holanda, Suíça, Áustria, França, Alemanha e Austrália.

    No Brasil, a marcha está marcada para acontecer em 25 cidades. Na capital paulista, os cientistas e simpatizantes da causa devem se reunir no largo da Batata, em Pinheiros.

    Desde janeiro a Marcha pela Ciência vem sendo anunciada como um evento não partidário, para reafirmar "o papel vital da ciência em nossa democracia", segundo o site da marcha.

    Ainda assim, as marchas funcionaram como protestos contra os cortes que o presidente Donald Trump propôs no orçamento federal de ciência e pesquisa, e contra o ceticismo de seu governo quanto à mudança climática e o aquecimento global.

    "É importante mostrar a esse governo que nos importamos com fatos", disse Chris Taylor, 24, que fazia parte de um grupo de cerca de 2.000 pessoas que se juntaram no National Mall, em Washington, para aulas sobre assuntos como mudança climática, qualidade da água e comida sustentável.

    "Parece que eles não estão realmente preocupados com o crescimento econômico ou em criar novas tecnologias, só querem agradar as grandes corporações", afirmou Taylor, que faz doutorado em robótica na George Mason University, em Virginia.

    A Marcha pela Ciência é a mais recente de uma série de manifestações que foram realizadas desde a posse de Trump, há quase cem dias. Protestos anteriores já focaram em assuntos como igualdade de gênero e direito das mulheres, aborto e imigração.

    A Casa Branca não comentou a manifestação deste sábado. Mas, no passado, Trump já chegou a afirmar que a mudança climática era uma mentira que atrasava políticas de crescimento econômico.

    Seu governo está considerando se retirar do Acordo de Paris, cujo objetivo é reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases estufa. No ano passado, sob Obama, os EUA assinaram o pacto junto a mais de 190 países.

    Trump propôs ainda, para o Orçamento de 2018, cortes nos gastos de agências científicas governamentais, incluindo uma redução de 31% para a EPA (agência de proteção ambiental), que hoje é conduzida por Scott Pruitt, opositor do consenso científico climático

    Os organizadores da marcha também temem pelo que veem como um ceticismo cada vez maior em outros tópicos como vacinas, organismos geneticamente modificados e evolução.

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