• Ciência

    Sunday, 05-May-2024 07:16:50 -03
    BBC

    A inesperada descoberta sobre a 'torre dos crânios' dos astecas no México

    DA BBC BRASIL

    05/07/2017 15h38

    Reuters
    Os crânios foram descobertos em 2015
    Os crânios foram descobertos em 2015

    Ao longo dos últimos séculos, ela era conhecida no México, onde era passada de geração a geração: a história sobre uma "torre de crânios" que espalhava medo e pavor entre os conquistadores espanhóis.

    Relatos diziam que a estrutura era composta de milhares de cabeças de guerreiros decapitados.

    Por 500 anos, os crânios ficaram intactos sob o solo daquela que um dia foi a capital asteca, Tenochtitlán, no local onde hoje fica a Cidade do México.

    Até que, há dois anos, um grupo de arqueólogos descobriu os primeiros crânios –dando início à revelação de seus segredos.

    Reuters
    Arqueólogos têm feito descobertas impressionantes ao explorar os crânios encontrados na região
    Arqueólogos têm feito descobertas impressionantes ao explorar os crânios encontrados na região

    Uma das descobertas mais recentes surpreendeu os pesquisadores: os crânios eram de homens jovens, mas também de mulheres e crianças –o que obriga historiadores a repensar seus conhecimentos sobre o assunto.

    "Nós estávamos esperando encontrar apenas homens, homens jovens, como soldados costumam ser. Você nunca vai imaginar mulheres e crianças indo para a guerra", afirmou à agência de notícias Reuters Rodrigo Bolanos, um dos antropólogos biológicos que participaram da pesquisa.

    "Algo está acontecendo, algo sobre o que não temos nenhum registro. Isso é realmente novo, uma primeira descoberta."

    Reuters
    Até agora, foram encontrados mais de 650 crânios
    Até agora, foram encontrados mais de 650 crânios

    Até agora, arqueólogos encontraram 676 crânios em uma região perto da Catedral Metropolitana da Cidade do México, que foi construída sobre o Templo Mayor, um dos mais importantes templos astecas de que se teve conhecimento.

    A base dela ainda precisa ser encontrada e acredita-se que ainda serão achados vários outros crânios.

    Para os pesquisadores, a estrutura teria sido uma grande prateleira de crânios chamada de Huey Tzompantli, de 60 metros de diâmetro, localizado no canto da capela de Huitzilopochtli, deus asteca do sol, da guerra e do sacrifício humano.

    Os arqueólogos estão certos de que é uma das prateleiras, ou "tzompantli", descritas pela primeira vez pelo soldado Andres de Tapia, que acompanhou Hernan Cortes em 1521 na conquista do México.

    Reuters
    Por muito tempo, acreditou-se que os crânios seriam de guerreiros mortos em batalha
    Por muito tempo, acreditou-se que os crânios seriam de guerreiros mortos em batalha

    Prateleiras de crânios como essa eram comuns em culturas mesoamericanas antes da conquista espanhola. Os astecas e outros grupos realizavam sacrifícios humanos em oferenda ao Sol.

    Cortes chegou a Veracruz, na costa leste do México, em 1519. Dois anos depois, aliando-se a outros grupos indígenas, os homens de Cortes conquistaram a capital asteca.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024