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    Adriana Gomes

    Testes reducionistas

    DE SÃO PAULO

    17/03/2013 03h00

    Sem dúvida, a indústria de testes psicológicos e instrumentos de diagnóstico -aqueles que não são necessariamente de domínio dos psicólogos, e que qualquer pessoa com treinamento ou certificação pode ser capacitada a aplicar- fatura muito. Há, nessa área, forte tendência ao reducionismo.

    Busca-se, por meio desses instrumentos, respostas rápidas para questões nem sempre simples, seja para contratação, promoção ou mapeamento eficaz de competências do profissional.

    Muitos aplicadores não percebem a abrangência e o impacto que tais "testes" podem causar nas pessoas que se submetem a eles. Ouço histórias, não muito felizes, de quem passou por longas baterias e não recebeu informação devolutiva nenhuma ou que não entendeu porque não foi aceito.

    É comum que as empresas se concentrem mais no instrumento do que em investir tempo escutando a pessoa. O foco está no teste e não na relação.

    Não sou apreciadora de testes e acredito que qualquer instrumento de diagnóstico deva servir como ponto de partida para investigações mais aprofundadas e que levem a pessoa a reflexões e ao processo de autoconhecimento, para que ela aja em busca de seus objetivos e propósitos.

    É direito do profissional receber devolutiva dos testes e fazer perguntas para entender o que está sendo, de fato, avaliado ou mapeado. Peça informações ao aplicador e à empresa: isso não deve ser segredo. Instrumentos não representam verdades absolutas -é importante que pessoas que o conhecem também validem os resultados.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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