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    Adriana Gomes

    Buscar o ouro

    14/04/2013 01h00

    "As oportunidades estão em toda parte. Olhe pela janela e veja quanto ouro tem lá fora!" Eu costumava ouvir essa frase de um antigo chefe, para que eu exercitasse a percepção. Ter a capacidade de perceber oportunidades onde as pessoas enxergam problemas exige ir além do óbvio aparente e ter interesse por conhecer e entender quais são as necessidades de pessoas, empresas ou segmentos.

    É necessário estar atento para perceber como funciona determinado setor ou as mudanças de comportamento ao seu redor, seja nos hábitos de consumo seja no aumento de interesse em determinados temas.

    Há empresas especializadas em estudos de tendências, mas, para gerir a carreira, valem os mesmo princípios, só que em uma escala menor. É bom mapear o mercado em que se atua, levantando e analisando as vagas disponíveis e comparando as exigências dos perfis. Ler com atenção os anúncios de vagas fornece indicativos interessantes dos problemas que as empresas enfrentam e quais conhecimentos são mais desejados.

    É importante manter as leituras de jornais e revistas que tratam sobre macroeconomia e economia geral para perceber qual é a movimentação do mercado. Com esses dados, levante hipóteses, encadeie pensamentos e faça conexões. Infelizmente, nossa educação formal não estimula os alunos a fazer esse exercício, que é permanente: só assim o ouro pode ser visto.

    Há varias maneiras de aguçar a percepção. Na maioria das vezes, isso está ligado às experiências de vida -relacionamentos dentro e fora do trabalho e práticas não profissionais, como esportivas, culturais, artísticas e de leitura.

    A partir desse repertório, é possível identificar e resolver novos problemas.

    Sem essa vivência mínima, essas conexões vão ficando empobrecidas e a capacidade imaginativa torna-se deficitária. Concentrar a atenção e a energia em apenas um assunto ou área dificulta a identificação de novos caminhos. Algumas atitudes que ajudam a desenvolver a percepção são a curiosidade pelo novo, a capacidade de explorar e de investigar e a motivação por desafios. E fazer perguntas e suportar não ter as respostas.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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