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    Adriana Gomes

    Ex-país de jovens

    DE SÃO PAULO

    01/09/2013 01h00

    Para gerações que cresceram escutando o slogan "o Brasil é um país de jovens", aceitar que estamos envelhecendo é certamente um choque. A questão é que essa realidade bate à porta e obviamente afetará o mercado de trabalho e suas relações.

    Segundo pesquisa da PWC, em 2040 cerca de 57% da população brasileira em idade ativa será composta por pessoas com mais de 45 anos.

    Isso implica, para as empresas, rever políticas de recursos humanos, conceitos e critérios nas áreas de recrutamento, seleção, desenvolvimento, retenção, flexibilização de horários de trabalho, remuneração e benefícios.

    Para os indivíduos, as crises de meia idade devem acontecer mais tarde, pois quem chega aos 40 anos tem em média mais quarenta pela frente. Tempo suficiente para rever e até mudar a carreira.

    Mas, em função das características do mercado atual, jovens de 28 anos já se consideram velhos, pois reina a crença de que velho, para as organizações, são profissionais em torno dos 40 anos.

    Para muitos jovens, a percepção de crescimento fica muito limitada. Isso causa muita frustração, já que se tem a ideia de que lhes resta pouco tempo para chegar às posições de liderança.

    Outro fator que impede o avanço de ações relacionadas ao melhor aproveitamento dos seniores é o preconceito contra o idoso. Mas quem é esse idoso hoje? Certamente não são os profissionais ativos na faixa dos 50 e 60 anos.

    Segundo a pesquisa, as empresas até reconhecem que esse grupo é melhor em realização de diagnósticos (87%), resolução de problemas (86%) e equilíbrio emocional (96%), além da fidelidade (89%), o que impacta fortemente os índices de rotatividade -um problema sério dos mais jovens.

    As companhias precisam rever o modo como lidam com seus profissionais mais experientes, inclusive depois da aposentadoria, dando a eles a oportunidade de continuar contribuindo com a organização, mesmo que em horários flexíveis. Eles podem ser extremamente úteis, por exemplo, para transmitir o conhecimento acumulado ao longo da vida profissional, atuando como mentores dos jovens funcionários.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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