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    Adriana Gomes

    Batalha profissional

    29/09/2013 03h00

    De tempos em tempos o mercado busca terminologias vindas de diversas áreas do conhecimento para aplicar em gestão de pessoas. Foi assim, por exemplo, com "resiliência", conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de alguns materiais, de acumular energia quando exigidos e submetidos a estresse sem ocorrer ruptura.

    Nas últimas semanas, participando de fóruns na área de pessoas o termo engajamento foi a bola da vez. O que faz do engajamento algo tão diferente de envolvimento e motivação, atitudes desde sempre desejadas e valorizadas por empregadores?

    Nos dicionários, um dos significados de engajar é alistar-se nas Forças Armadas, empenhar-se em uma luta e tomar posição em face das questões políticas e sociais.

    Há casos em que é definido como o estado de envolvimento ou comprometimento emocional e intelectual do funcionário quer gera mudança no comportamento.

    Ou seja, o mercado espera dos profissionais, além de uma lista sem fim de competências técnicas e comportamentais, muitas vezes incompatíveis com a função que a pessoa desempenha, também certa disposição para enfrentar as situações organizacionais como se estivesse em uma guerra.

    Até aceito que a comparação do campo organizacional com o campo de batalhas, guardada as devidas proporções, é bem verdadeira, mas muitas questões ficam abertas para mim quando o termo é utilizado indiscriminadamente. Ele perde o valor e confunde.

    O engajamento terá na ponta o seu preço, pois, no mercado de trabalho, quem se engaja quer salário, status, reconhecimento, promoções e ser aceito e admirado.

    Tudo como antes, quando só se falava em motivação e comprometimento.

    Não importa o nome que se dê, estamos falando das mesmas coisas: brilho nos olhos, paixão, gosto, prazer. A pessoa tem que comprar, por assim dizer, a ideia -- o trabalho tem que fazer sentido, estar atrelado a algum valor pessoal.

    Só assim essa condição acontece verdadeiramente e isso não é fácil. Fica o desafio.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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