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    Adriana Gomes

    Líder, uma lenda

    13/10/2013 03h00

    A despeito de tantos artigos, programas de treinamento, palestras e livros disponíveis sobre o assunto, percebo que as queixas em relação às lideranças aumentam a cada dia.

    Primeiro é preciso deixar algo claro: há uma grande confusão na aplicação do termo "líder", que, de modo geral, é confundido com o chefe direto ou com os gestores da empresa. Seu gestor quase nunca será um líder.

    Fique feliz se ele conseguir manter a equipe motivada e, com alguma sensibilidade para pessoas, atingir os resultados esperados.

    A liderança não vem com a promoção. Há inúmeros estudos e teorias sobre o assunto e não há um que seja melhor ou pior. Acredito que seja a falta dessa objetividade e tangibilidade que angustia as pessoas.

    Depois de ler muitos livros sobre o tema e de acompanhar tantos profissionais em orientação de carreira, penso que essa história de liderança é lenda urbana.

    As lista de atitudes esperadas do líder é enorme -- mais parece a descrição de um personagem de ficção, que vai desde a visão de futuro até a capacidade de despertar nas pessoas o seu propósito de vida e inspira-las na realização dos seus objetivos.

    Tudo muito nobre. Mas chega um momento em que, além de tudo isso, ele precisa gerar resultados de curto prazo e superar as metas do mês. Nesse ponto é que são poucos os que conseguem cruzar o precipício na corda bamba com êxito. Sim, há os que conseguem. Por isso a esperança continua.

    Em alguns casos, obter os resultados desejados implica em tomar atitudes antipáticas e duras, que certamente não angariarão seguidores, mas, sim, antipatias e outros sentimentos pouco agradáveis.

    As empresas, os membros do conselho e os "stakeholders" querem resultados. O perfil ideal de líder, se é que existe, é algo apenas aspiracional.

    Assim, baixar o nível das exigências e reconhecer o bom trabalho dos gestores que incentivam o desenvolvimento das pessoas da sua equipe e as ajudam a crescer pessoal e tecnicamente talvez seja o caminho para a melhoria das relações e dos resultados profissionais. Tudo isso com menos frustrações.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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