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    Adriana Gomes

    Tô perdido

    31/08/2014 03h00

    A sensação de estar perdido profissionalmente é mais frequente do que se possa imaginar. Acompanhando pesquisas sobre satisfação profissional realizadas por empresas respeitáveis no Brasil e no exterior ao longo dos últimos quatro ano, é possível afirmar que entre 60% e 70% da população mundial se sente parcial ou totalmente insatisfeita profissionalmente.

    Os motivos são diversos e podem ir desde a relação com a liderança, a falta de perspectivas de crescimento e o déficit de reconhecimento. Há ainda a insatisfação salarial, mas ela, na maioria das pesquisas, e por anos consecutivos, não aparece como o principal motivo.

    Estar perdido é como as pessoas descrevem a inadequação profissional e as incertezas diante das escolhas das possibilidades do mercado.

    Na minha percepção, de quem trabalha com essa realidade diariamente, nem sempre há um motivo único, -quando há, são situações mais simples de resolver. Mas na maioria das vezes é a soma de alguns fatores que faz com que os profissionais percam o sentido do que fazem.

    Não é possível descrever as várias combinações desses fatores, pois são muito individuais e cabe a cada um identificar quais são os aspectos que incomodam e desagradam na relação de trabalho. Saber o que se quer ajuda muito também.

    Realizar uma atividade sem sentido e sem propósito por longas jornadas é um grande sacrifício. Uma das consequências possíveis é o adoecimento. Altos índices de afastamento do trabalho se dão por motivos de saúde e são consequências desse desajuste profissional.

    Fazer uma escolha profissional não é fácil, como já discutimos algumas vezes nesta coluna. Sempre enfatizo que o autoconhecimento é fundamental para que as escolhas possam acontecer de maneira mais coerente com valores, crenças e propósitos pessoais. Elas devem estar alinhadas minimamente com projetos de vida. Pesquisar e conhecer o mercado de trabalho também será fundamental nesse processo.

    Quem sabe, com essas dicas, estar perdido não seja mais a sua sensação.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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