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    Adriana Gomes

    Educar para colher

    DE SÃO PAULO

    07/12/2014 02h00

    Responsabilidade, autoconfiança, habilidades no relacionamento interpessoal, boa comunicação, versatilidade, espírito de equipe, realização de trabalhos com qualidade, automotivação e autogestão são atributos dos bons profissionais e características altamente desejáveis no mercado de trabalho. Entretanto, encontrar todas essas competências em uma só pessoa está cada vez mais difícil.

    De qualquer maneira, fica a dica para quem deseja ter sua empregabilidade aumentada em tempos de crise. A mensagem serve também para empresas e instituições de ensino que estejam interessadas em desenvolver seus potenciais (colaboradores e alunos). As competências comportamentais, ou "soft skills", são tão ou mais desejadas que as técnicas. O problema é que elas não são tão fáceis de serem desenvolvidas.

    Um trabalho em conjunto entre aqueles que querem aprender e aqueles que podem ensinar só resultaria num circulo virtuoso. Escolas, universidades e a experiência profissional em uma organização favorecem o processo de socialização e a aprendizagem.

    Imagine a responsabilidade e a oportunidade que essas instituições, seus gestores e líderes têm nas mãos de fazer um excelente trabalho, no sentido de informar sobre as melhores práticas, motivar, influenciar e desenvolver o espírito do que é ser um excelente profissional.

    O que eu vejo, entretanto é que falta a muitas empresas e instituições de ensino essa visão de propósito, de fazer o melhor. Muitos se perdem no caminho, realizando a sua atividade de maneira estanque: aos olhos do aprendiz, as ações parecem sem sentido e desconectadas. As pessoas atuam como reprodutores, sem sentido e sem emoção.

    Educar vai muito além do ato de transmitir conhecimento: implica estimular o raciocínio, ajudar a aprimorar o senso crítico e as faculdades intelectuais e morais. Quem educa deve oferecer o necessário para que a outra pessoa consiga desenvolver plenamente a sua personalidade.

    Agindo como educadores, empresa e escolas poderão contribuir imensamente para o aprimoramento das competências comportamentais tão desejadas. Essa é uma visão de longo prazo. É preciso investir para poder colher.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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