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    Adriana Gomes

    Reconhecer seu funcionário é de graça e pode aumentar produtividade

    24/05/2015 01h28

    Estamos tão carentes que precisamos tirar a própria selfie para sermos reconhecidos? Esse sintoma caracteriza uma sociedade que busca, desesperadamente, atenção e o reconhecimento do outro. Precisa se autoafirmar o tempo inteiro. O 'like' da selfie traz para o seu autor o reconhecimento virtual que não recebe na vida real.

    O ambiente profissional parece reforçar a causa dessa atitude e arrisco um paralelo. Pesquisa da Isma Brasil (International Stress Management Association) aponta que 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho.
    Destas, 89% citam a falta de reconhecimento, 78% falam em excesso de tarefas e 63% elencam problemas de relacionamento, segundo

    Quando se lê que 89% dos trabalhadores não se sentem valorizados e que reconhecimento por parte dos gestores -que não custa nada financeiramente- poderia influenciar na melhoria dos índices de insatisfação na relação de trabalho fico pensando numa frase dita por um amigo executivo de RH Américo Figueiredo: "As empresas precisam de líderes que sejam capazes de se conectar emocionalmente às pessoas". Sem conexão emocional, não há percepção. Ou seja, falta o básico.

    Sem esse básico, as relações se tornam mecânicas e superficiais, gerando o terceiro item mais alto da pesquisa, os 63% com problemas de relacionamento. Faltam gestores interessados e vinculados emocionalmente com as pessoas. Falta gente que inspire, com propósitos que vão além dos lucros trimestral ou anual.

    As pessoas são mais aptas a responder a estímulos positivos do que negativos. Reconhecer que o colaborador, par ou fornecedor faz um bom trabalho, não dói e ainda melhora o relacionamento, pois a pessoa se sente respeitada e prestigiada o que a estimula a fazer mais e melhor numa próxima vez. Gentileza tende a gerar gentiliza, então elogie realizações e contribuições, comemore conquistas, incentive ideias, participe junto das equipes.

    As pessoas tendem a fazer o melhor que podem, desde que se envolvam emocionalmente com aquilo que fazem.

    Assim, para melhorar é preciso tirar da mão o pau de selfie, olhar quem está ao seu lado e investir em relacionamentos reais.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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