Até Steve Jobs foi demitido da empresa que fundou, a Apple, em 1985. Que aprendizado podemos tirar dessa experiência?

Saber que o índice de desemprego atual é 8,7% e que a população desocupada cresceu quase 30% em relação ao ano anterior não alivia a dor e a angústia dos primeiros momentos de quem recebe a notícia da demissão.

Demitir está entre as missões mais difíceis para os profissionais. Quem demite muitas vezes é apenas o mensageiro, portador de tais notícias e nem sempre o responsável pela decisão.

Para quem é demitido, é preciso superar o choque, a surpresa e a desorganização inicial. Surge o sentimento de insegurança diante das incertezas, principalmente financeiras, pois o brasileiro em geral, além de não planejar o orçamento, não costuma ter reservas.

Uma das lições que Jobs aprendeu com sua demissão -e que vale para todos- é se adaptar. Quando ele voltou, em 1997, não apenas recuperou a Apple financeiramente como liderou a criação de seus produtos mais emblemáticos.

Não entendo a demissão como fracasso pessoal e trabalho nesse ramo há mais de 25 anos. As razões e os motivos podem ser inúmeros, nem vou descrever aqui, o importante é aprender.

Quem é demitido deve analisar com calma e objetividade o cenário. Não vale a pena perder tempo demais num "mea culpa", embora esse seja necessário. Foque seu tempo em se concentrar no aprendizado, inclusive e principalmente sobre o que pode melhorar e o que não se deve repetir.

Aqueles que conseguem valorizar o que sabem fazer bem e identificam oportunidades em vez de problemas e dificuldades se recompõem das perdas com mais facilidade. Nessa ocasião, o desespero e o medo podem ser seus piores conselheiros.

Analise com critério suas finanças, o que pode ser reduzido ou eliminado dos gastos, foque nas suas qualidades e não nos seus defeitos ou fragilidades, guarde seu orgulho, peça ajuda e converse com as pessoas em vez de fugir de todos. A hora é de aprender e se adaptar para superar e se desenvolver. Pode ser uma excelente oportunidade para mudanças.