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    Adriana Gomes

    Geração Y e o seguro

    14/02/2016 02h00

    Jovens profissionais, imbuídos do espírito de geração Y, do "millenium" e outras tantas denominações, não tiveram tempo de passar por crises como a que estamos atravessando agora, com altos índices de desemprego.

    O discurso replicado é o de que os jovens mudam de emprego com frequência em busca de novos desafios e de algum lugar onde possam fazer a diferença. Essa situação colocou foco na estratégia de reter talentos e levou até algumas empresas a implantarem ações na tentativa de evitar a evasão.

    Agora, entretanto, a alta na taxa de desemprego no país, que afeta principalmente os jovens, faz com que muitos deles revejam a ânsia de mudança. Segundo ouço de consultorias especializadas em recrutamento e seleção, a atitude antes descomprometida e aparentemente irresponsável de trocar de emprego constantemente está mudando.

    Faltas em processos seletivos estão sendo comunicadas e o índice de não comparecimento às entrevistas de trabalho praticamente zerou. Comportamento, aliás, notado e apreciado por parte dos contratantes.

    Essas atitudes denotam que as pequenas gentilizas e a educação podem ser extremamente bem vistas em processos seletivos.

    Por outro lado, tenho escutado com frequência conversas entre jovens que preferem ficar no seguro desemprego a aceitar uma vaga que os desagrade. Isso denota que o desejo pelo emprego ideal continua existindo, mas por outro lado demonstra a falta de conhecimento da legislação que rege a obtenção do benefício.

    O seguro desemprego não é renda que substitui o trabalho e nem mesada do governo. É uma renda emergencial, temporária e que privilegia aqueles trabalhadores demitidos, com histórico de permanência em seus empregos.

    Para obter quatro parcelas do benefício o empregado deve comprovar vínculo empregatício de no mínimo 18 e no máximo 23 meses no período de referência. Se pedir as contas ou for demitido por justa causa, não tem direito ao benefício. Assim, não é recomendável considerá-lo como "bolsa desemprego" e muito menos como estratégia para o período entre empregos.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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