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    Adriana Gomes

    Procura-se um sênior

    27/03/2016 02h00

    Quase um quarto dos lares brasileiros é provido por uma pessoa com mais de 60 anos.

    Em 2050, seremos 64 milhões de brasileiros, e cerca de 30% dessa população estará com 60 anos ou mais. Inclusive esta colunista. Assim, esse assunto me interessa particularmente e aproveito para compartilhar minhas considerações com meus leitores que chegarão lá.

    A expectativa de vida saltará de 75 para 81 anos, acima da média mundial que, se estima, estará em 76 anos. Essa população, hoje, corresponde a 25 milhões, pouco mais de 12% do total.

    No final de 2015, dos 6,6 milhões de idosos economicamente ativos, 170 mil estavam em busca de uma oportunidade de trabalho. Ou seja, tem muita gente sênior, com boa saúde e disposição para trabalhar e não apenas cuidar da saúde e viajar.

    Recentemente assisti ao filme "Um senhor estagiário" que traz, para as telas do cinema, uma questão basilar para a sociedade e para o mundo do trabalho.

    No filme, Robert De Niro interpreta um viúvo de 70 anos que descobre que a aposentadoria não é bem como imaginava.

    Pois até viajar pelo mundo, sonho de consumo de boa parte dos trabalhadores, cansa, perde o sentido e a emoção. Buscando uma oportunidade de voltar à ativa, ele se torna estagiário sênior de um site de moda.

    A questão da idade, da competência acumulada, das dificuldades para lidar com o processo de envelhecimento, com gerações mais novas, os desafios para se adaptar ao mundo das tecnologias e até sobre relacionamentos afetivos na senioridade são tratados de maneira delicada.

    Há boas notícias. Pesquisas feitas com empresas que contratam profissionais seniores indicam, como no filme, que paciência, comprometimento, além da experiência, são as qualidades percebidas pelos colegas de trabalho e por clientes.

    Além disso, os seniores ajudam a compensar a "juniorização" das equipes, ou seja, o aumento da contratação de jovens academicamente bem preparados, porém com pouca experiência prática no dia a dia do trabalho.

    Assim, com a iniciativa privada e profissionais de RH compreendendo o cenário, haverá mais oportunidades para essa gente boa que deseja continuar na labuta.

    adriana gomes

    Escreveu até junho de 2016

    Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

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