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    Alexandra Corvo

    O preço da fama

    22/05/2013 03h00

    Tudo na vida tem seus prós e contras, não fui eu quem inventou essa regra.

    Regiões famosas de vinho podem ter a seu favor o peso do nome. A região de Bordeaux é um exemplo claro disso. Só precisamos dizer seu nome e narizes, papilas gustativas, corações e almas apaixonadas por vinho dão uma tremidinha emocionada.

    O lado ruim disso? A fama tem um preço. E geralmente quem paga somos nós, os apaixonados. O reconhecimento de uma certa constância na qualidade fez com que Bordeaux e suas comunas se tornassem símbolos de vinhos caros e inacessíveis.

    Um desvio nas rotas já batidas da região e, de repente, pequenos paraísos vinícolas, de nomes obscuros e sabores vibrantes, nos esperam.

    Não é difícil achar esses vinhos. Basta uma alma curiosa e um carro bom de curvas para conversões repentinas.

    Falo das áreas marginais em volta de Bordeaux. Elas pertencem à região, mas como têm nomes menos conhecidos, muitas vezes, não prestamos atenção a seus vinhos.

    Graves, ao sul da cidade de Bordeaux, acabou ficando à sombra da mais prestigiosa Pessac-Lèognan. Seus vinhos mantêm a qualidade e a firmeza dos produzidos nos famosos solos pedregulhosos que dão nome à região.

    Do outro lado da Gironde, às margens dos rios, e também dos grandes nomes, estão Blaye, Bourg, Sainte Foy, Côtes de Francs e a fenomenal, Fronsac, onde Carlos Magno construiu um forte para proteger a população das invasões bárbaras.

    A pouca fama de seus nomes faz com que seus produtores cuidem muito dos produtos para que tenham qualidade (e futuramente, fama), mas com preços atrativos. Não, eles não são baratinhos. Ainda estamos falando de Bordeaux. Mas são ótimos exemplares com preços razoáveis.

    CHÂTEAU LA CROIX DE CABUT 2009
    (Côtes de Blaye)
    Floral, lembra incenso. Tânico, mas frutado, final lembra chá-preto
    QUANTO R$ 63,48
    ONDE Mistral (tel. 0/xx/11/3372-3400)

    PETIT CHAMP 2010
    (Sainte-Foy Bordeaux)
    Toque de pimenta, flor seca e fruta. Boca redonda, final tânico, com um toque de café
    QUANTO R$ 75
    ONDE De la Croix (tel. 0/xx/11/3034-6214)

    CHÂTEAU DE MAUVES 2009
    (Graves)
    Mais delicado, com um toque de cedro no nariz. Boca fresca de taninos sequinhos
    QUANTO R$ 74
    ONDE Zahil (tel. 0/xx/11/3071-2900)

    CHÂTEAU RENARD MONDÉSIR 2007
    (Fronsac)
    Encorpadão no estilo clássico bordalês, taninos firmes, ótima frutosidade
    QUANTO R$ 100
    ONDE Tastevin (tel. 0/xx/21/2633-8866)

    alexandra corvo

    Escreveu até setembro de 2016

    Trabalhou por 15 anos como sommelière nos EUA, Europa e Brasil. Hoje é proprietária do Ciclo das Vinhas - Escola do Vinho.

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