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    André Barcinski

    Biografia revê a trajetória de Kid Vinil

    29/03/2015 02h00

    Todo brasileiro que gosta de rock deve muito a Antonio Carlos Senefonte, 60 anos, conhecido do Oiapoque ao Chuí por Kid Vinil. Por mais de 40 anos, Kid tem sido um defensor ferrenho dos bons sons, tanto em seus programas de rádio quanto em suas reportagens e nos discos que gravou com Magazine, Verminose e outras bandas.

    "Kid Vinil - Um Herói do Brasil", de Ricardo Gozzi e Duca Belintani, é a biografia desse cara que faz parte de nossas vidas há tanto tempo. O livro, que será lançado no dia 25/4, às 17h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (centro), é como a música de Kid: simples, divertido e direto ao ponto, sem nenhuma firula.

    Muitos acham que a trajetória de Senefonte começou no fim dos anos 1970, quando estreou seu primeiro programa na Rádio Excelsior e tornou-se divulgador do punk de The Clash, Sex Pistols e Ramones e da new wave de Blondie e Talking Heads. Mas ele já trabalhava em gravadoras -na Continental- desde 1973, onde conheceu o produtor musical Pena Schmidt, seu grande mentor e autor do apelido "Kid Vinil".

    Kid Vinil foi um dos primeiros roqueiros brasileiros a fazer com frequência a ponte aérea São Paulo -Londres-Nova York. Ele voltava dessas incursões com malas lotadas
    de novidades que tocava em primeira mão em seu programa.

    Nos anos 1980, fez grande sucesso com o Magazine e os hits "Sou Boy" (1983) e "Tic Tic Nervoso" (1984), e aparecia com frequência no programa do Chacrinha. Kid se tornou um herói pop nacional.

    Sua atuação como divulgador da boa música nunca parou. Trabalhou na TV Cultura e na MTV, nas rádios 89, 97, Antena Um e Brasil 2000 e em gravadoras, como Eldorado e Trama.
    Nesta época de informação fácil, em que dois cliques no Spotify (serviço de streaming) permitem acesso a quase toda a história da música, é necessário celebrar um sujeito que preencheu um imenso vácuo de informação que existia no Brasil. Muita gente cresceu ouvindo os discos que Kid Vinil tocou, divulgou e lançou.

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    LIVRO

    Só Garotos

    Patti Smith, tradução de Alexandre Barbosa de Souza (Companhia das Letras,2010, 280 págs., R$ 41)

    Kid foi um divulgador do punk e da new wave dos anos 1970, e Patti Smith, figura relevante do período. Sua autobiografia está entre os livros sobre música mais emocionantes dos últimos anos

    Admirável Mundo Novo

    Aldous Huxley; tradução de Lino Vallandro e Vidal Serran (Biblioteca Azul, 312 págs., R$ 39,90)

    Em um tempo em que a internet cria gerações de analfabetos funcionais e o planeta vive uma crise sem precedentes nas artes e um monopólio inédito na informação, "Admirável Mundo Novo" segue atual e certeiro. Escrito por Huxley há mais de 80 anos, previa um mundo autômato e controlado, habitado por humanos programados ao conformismo e no qual as opiniões são todas coletivas. O futuro distópico de Zucker... Quer dizer, de Huxley, chegou para fica

    Robert Plant - Uma Vida

    Paul Rees; tradução de Érico Assis. (Editora Leya, 320 págs., R$ 49,90)

    Robert Plant, ex-vocalista do Led Zeppelin, "Deus de ouro" dos excessos do rock setentista e testemunha-chave da banda mais hedonista e megalomaníaca de todos os tempos, certamente tem muito a contar. Mas, ermitão que é, odeia entrevistas e nunca autorizou uma biografia a seu respeito. Esta, escrita pelo inglês Paul Rees, é correta e conta tudo o que já se sabe sobre Plant, incluindo a maior tragédia de sua vida, a morte do filho Karac, em 1977. Entretanto, para quem quiser conhecer os bastidores do Led Zeppelin em toda sua glória dionisíaca, sugiro o livro "Hammer of the Gods", que Stephen Davis lançou em 1985.

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    FILME

    Boyhood

    Richard Linklater (Universal Pictures Brasil, 2015, DVD R$ 39,99 e Blu-ray R$ 79,99)

    Acompanhar personagens por vários anos não é novidade no cinema. François Truffaut fez isso nas décadas de 1960 e 1970 com o personagem autobiográfico Antoine Doinel, interpretado, em vários filmes, por Jean-Pierre Léaud. Mas "Boyhood", de Richard Linklater, é diferente, porque mostra a transformação de um personagem em um único filme, por 11 anos. A história de Mason (Ellar Coltrane) de bebê a jovem adulto é bonita e surpreendente.

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    DISCO

    Girls in Peacetime Want to Dance

    Belle and Sebastian (Lab 344, 2015, R$ 27,90)

    Quando dirigiu a gravadora Trama, um dos maiores acertos de Kid foi lançar o então desconhecido Belle and Sebastian, hit por aqui. Este é seu nono disco, o primeiro em cinco anos, e um dos melhores do grupo

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